ATA DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 17-3-2014.
Aos
dezessete dias do mês de março do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia e Tarciso Flecha Negra. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, João Derly, João Ezequiel, Kevin Krieger,
Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e
Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Resolução nº 050/13
(Processo nº 3087/13), de autoria do vereador Alceu Brasinha; o Projeto de
Resolução nº 008/14 (Processo nº 0477/14), de autoria do vereador Bernardino
Vendruscolo; o Projeto de Lei do Legislativo nº 022/14 e o Projeto de Resolução
nº 002/14 (Processos nos 0351 e 0333/14, respectivamente), de
autoria do vereador Márcio Bins Ely; o Projeto de Lei do Legislativo nº 019/14
(Processo nº 0301/14), de autoria da vereadora Sofia Cavedon. Ainda, foram
apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo: de autoria da
vereadora Séfora Mota (Processo nº 0382/14), do dia dezenove ao dia vinte e
três de março, no Curso de Capacitación Orientador/Orientadora en Sexualidad
y Diversidad Funcional, em Buenos Aires, Argentina; de autoria do vereador
Waldir Canal (Processo nº 0581/14), do dia vinte e quatro ao dia vinte e sete
de março do corrente, no VII Congresso Consad de Gestão Pública, em Brasília –
DF; de autoria da vereadora Fernanda Melchiona (Processo nº 0582/14), do dia
vinte e sete ao dia vinte e nove de março do corrente, em audiência da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, em
Washington D.C., Estados Unidos da América. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria da vereadora Any Ortiz, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde do dia dezessete ao dia vinte e seis de março do corrente.
Na ocasião, por solicitação dos vereadores João Carlos Nedel e Professor
Garcia, foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Ludendorfe
Xavier, falecido no dia
quatorze de março do corrente, e Ernesto Schmidt, falecido hoje. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Bernardino Vendruscolo, Tarciso Flecha
Negra, Mônica Leal, Clàudio Janta e Idenir Cecchim. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se os vereadores João Ezequiel e Engº Comasseto. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Kevin Krieger, Alceu Brasinha, Alberto
Kopittke, Dr. Thiago e João Ezequiel e a vereadora Sofia Cavedon. Em
continuidade, foi rejeitado Requerimento verbal formulado pelo vereador Clàudio
Janta, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, por onze votos SIM, doze
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke,
Clàudio Janta, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, João Ezequiel,
Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Sofia
Cavedon, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, João Carlos Nedel, Mario Fraga,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e optado
pela Abstenção os vereadores Delegado Cleiton e Tarciso Flecha Negra. Às
dezesseis horas e dez minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Em Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 022/13 (Processo nº 1932/13) em sua parte vetada,
considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por onze votos SIM, treze votos
NÃO e quatro ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke,
Bernardino Vendruscolo, Dr. Thiago, João Derly, João Ezequiel, Jussara Cony,
Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Sofia Cavedon e Tarciso
Flecha Negra, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mario Manfro,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Professor Garcia, Valter Nagelstein e
Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Engº Comassetto e Márcio Bins Ely. Em prosseguimento, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo vereador Waldir Canal, solicitando alteração
na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral
e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/13
(Processo nº 0513/13), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por cinco
votos SIM, quinze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ter sido discutido pelo
vereador Paulo Brum e pela vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os
vereadores João Ezequiel, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Pedro Ruas e Sofia
Cavedon, votado Não os vereadores Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Elizandro Sabino, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga,
Mario Manfro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Professor Garcia, Tarciso
Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção os
vereadores Dr. Thiago e Engº Comassetto. Durante a apreciação do Projeto de Lei
do Legislativo nº 016/13, o vereador Clàudio Janta cedeu seu tempo de discussão
ao vereador Paulo Brum. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 153/11 (Processo nº 3188/11), considerando-se
mantido o Veto Total oposto, por doze votos SIM, cinco votos NÃO e três
ABSTENÇÕES, após ter sido discutido pelos vereadores Márcio Bins Ely, Valter
Nagelstein, Dr. Thiago, Jussara Cony, João Carlos Nedel, João Ezequiel e Engº
Comassetto, tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Clàudio Janta,
Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº Comassetto, João Derly, João Ezequiel,
Jussara Cony, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Tarciso Flecha Negra e
Valter Nagelstein, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, João Carlos Nedel,
Mario Fraga, Mario Manfro e Paulo Brum e optado pela Abstenção os vereadores
Idenir Cecchim, Lourdes Sprenger e Professor Garcia. Durante a apreciação do
Projeto de Lei do Legislativo nº 153/11, o vereador Clàudio Janta cedeu seu
tempo de discussão à vereadora Jussara Cony. Na ocasião, foi constatada a
existência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador Clàudio Janta. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 112/12 (Processo nº 1472/12), considerando-se mantido o Veto
Total oposto, por um voto SIM, treze votos NÃO e oito ABSTENÇÕES, tendo votado
Sim a vereadora Jussara Cony, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores Alberto
Kopittke, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº Comassetto, João
Ezequiel, Professor Garcia e Tarciso Flecha Negra. Em Discussão Geral e Votação
Nominal, foi votado o Projeto de
Lei do Executivo nº 051/13 (Processo nº 3420/13), o qual obteve três votos SIM,
oito votos NÃO e sete ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os vereadores João Derly,
João Ezequiel e Jussara Cony, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulo Brum
e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção os vereadores Delegado Cleiton, Dr.
Thiago, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Professor Garcia
e Tarciso Flecha Negra, votação essa declarada nula pelo Presidente, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Às dezessete horas e vinte e nove minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Presidente declarou
encerrada a Ordem do Dia. A seguir, foram apregoados o Projeto de Lei do
Legislativo nº 380/13 (Processo nº 3408/13), de autoria do vereador Mario
Manfro, e o Ofício no 215, do Prefeito, encaminhando o Projeto de
Lei do Executivo nº 009/14 (Processo nº 0591/14). Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Clàudio Janta e
João Carlos Nedel, este em tempo cedido pelo vereador Guilherme Socias Villela.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 001/14, o Projeto de Lei do Legislativo nº
013/14 e o Projeto de Resolução nº 032/13; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 387/13. Durante a Sessão, o vereador Clàudio Janta manifestou-se
acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e cinquenta e sete minutos,
constatada a inexistência de quórum, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Mauro
Pinheiro e secretariados pelo vereador Márcio Bins Ely. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Professor
Garcia): Apregoo
Requerimento, de autoria da Ver.ª Any Ortiz, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no período de 17 a 26 de março de 2014.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Professor Garcia, Presidente
desta Casa, solicito
um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Ludendorfe Xavier, funcionário
desta Casa de 1970 a 1980, com grandes serviços prestados a Porto Alegre.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): E eu quero ressaltar, Vereador, que o
Ludendorfe Xavier, além de advogado, foi um dos primeiros técnicos de futebol e
professor de Educação Física do Rio Grande do Sul. Também quero adendar à
homenagem o Sr. Ernesto Schmidt, pai do Schmidt, Presidente do Grêmio Náutico
União, hoje falecido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, eu queria fazer a
entrega ao Ver. Brasinha do relatório da CPI da Telefonia, que serviu de marco
para que a Prefeitura apresentasse um projeto para esta Cidade sobre as
antenas. E o Vereador, na tribuna, disse que não tinha conhecimento do que
tinha sido feito na CPI da Telefonia. Então, eu quero entregar as mais de 500
páginas para ele estudar e ver a seriedade com que foi feita essa CPI aqui
nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Garcia; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras; venho a esta tribuna, mais uma vez, numa
demonstração muito clara aos meus colegas Vereadores de que eu não tenho receio
de ser atacado, ainda que de forma injusta, por alguns colegas e por segmentos
da imprensa. Agora, este mesmo que fala aos senhores vem humildemente
convidá-los a participar do projeto, e os senhores sabem que podem participar
até porque este projeto está tramitando aqui há cinco anos. Todos sabem que
podem emendar o projeto, todos sabem que podem propor emendas e alterações.
Agora vi entrar aqui o representante do Executivo, e este projeto só está sendo
proposto por este Vereador porque cansou – como muitos cidadãos desta Cidade –
de ver obras de arte jogadas como se lixo fossem!
Eu
fico muito preocupado quando vejo colegas parlamentares divulgarem
ostensivamente artigo do Sr. Vinícius Vieira, que é uma pessoa fantástica,
amorosa, educada, quando participa de debates. (Mostra fotografia.) Ele já
participou de debate com este Vereador e com o Ver. Valter Nagelstein, mas insiste
em escrever inverdades. E o mais covarde é que alguns colegas se dispõem a
divulgar. Em nenhum momento este Vereador disse, muito menos escreveu, que são,
ou serão, os autores, os artistas que irão fazer a manutenção das obras de
arte. Nunca, nunca disse! Seria algo extremamente fora da capacidade modesta
deste parlamentar acreditar que isso seria possível. Então, nunca, em nenhum
momento!
O
projeto diz, só para ser breve, no seu art. 2º (Lê.): “Projeto de lei que
disponha sobre o referido no art. 1º desta Lei deverá conter: (...) IV – termo
de responsabilidade pela manutenção artística da obra de arte.” Na Exposição de
Motivos, longamente nós estamos colocando que, em razão da falta de ação do
Executivo ou, quem sabe, por falta de verba, as obras possam ser adotadas; ou
quem sabe lá, na proposição do projeto, o autor já diga quem fará a manutenção.
Poderá ser o Executivo, se assim ele aceitar, até porque hoje é o Executivo.
No
projeto, eu também coloco a necessidade do memorial descritivo porque eu sou,
sim, desses milhares de ignorantes, vamos dizer assim, sobre as questões de
avaliação das obras de arte, porque eu não sei o que isso aqui quer
representar. (Mostra fotografia.) Eu gostaria de ver aqui um memorial para
saber o que este cubo, que é maltratado lá no Parque Marinha do Brasil,
representa. Será que é muito feio, será que é injusto exigirmos um memorial? E
esta obra aqui, que quer homenagear as cuias, não sou eu que estou dizendo que
tem outra representação, é a própria Prefeitura, que, na semana de incentivo à
amamentação, colocou um boneco ali. (Mostra fotografia.) Não sou eu, não! Não
sou eu não, Ver. Dr. Thiago, V. Exa., que é médico, tem que falar com o seu
Governo.
Senhores,
o projeto está aberto, recebendo emendas. Façam críticas, mas com
responsabilidade...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Presidente, Vereadores,
Vereadoras e todos os que nos assistem; eu venho sendo cobrado – cobrado não,
as pessoas vêm me lembrando do Museu do Negro, cuja lei foi sancionada em 2010.
Nós estamos lutando! Hoje eu fiquei muito contente porque algumas lideranças
negras me ligaram querendo dar essa ajuda. Naquele momento, eu não quis falar
do Museu do Negro, por quê? Porque foi um mês de mídia sobre o racismo, sobre o
Arouca, o Tinga, o nosso juiz, o Márcio; e houve uma comoção muito grande no
Brasil.
Eu
sempre digo para os meus filhos, conversando em casa – e acredito que a maioria
dos negros são assim –, que nós não queremos migalhas. O País não nos deve
migalhas, o País nos deve educação, saúde e dignidade. Os nossos antepassados
não tiveram acesso à educação. Eu li num livro que todos aqueles que tentassem
ensinar o negro a ler e a escrever seriam presos. Então o negro precisa, gente,
de dignidade. Nós não precisamos de migalha, porque somos iguais a todos;
perante os índios, os brancos, os amarelos, nós somos iguais. Nós estamos no
Parlamento, nós estamos no Judiciário... Nós somos uma fartura, não só neste
País, mas no mundo. É muito fácil dizer que vai dar isso ou aquilo para o
negro. Eu, sinceramente, me sinto envergonhado, porque tudo o que eu consegui e
conquistei foi com luta, com humildade, com companheirismo – assim foram as
minhas conquistas, e não foi pedindo esmola. Eu fui atrás dos meus sonhos, fui
atrás das minhas conquistas.
O
museu do negro vai ser muito importante na Capital dos gaúchos. Nós temos um
percentual muito grande de negros, aqui no Estado do Rio Grande do Sul,
principalmente na Capital. Vamos mostrar que essa história sobre os negros é
mentirosa! Nós, afrodescendentes, vamos mostrar a verdadeira história do negro.
Até quando será que vão esconder essa história sobre os negros? A história
verdadeira não é essa aí!
E
eu sinto muito, mas se eu ainda estivesse jogando futebol, lideraria, pararia
dentro do campo, com os outros jogadores, por uma rodada. Não queremos punição,
como fechar estádios, como multa; nós queremos punição digna, como é para
todos. Que punição é essa? Vamos continuar sendo achincalhados nas ruas, sendo
humilhados, com multas de R$ 500, R$ 20 mil? Que beleza, não é? Que País
maravilhoso! É assim que...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA LEAL: Boa-tarde a todos, colegas Vereadores,
funcionários, público presente e os que nos assistem, hoje, pela TV Câmara.
Como Líder do Partido Progressista na Câmara, subo nesta tribuna como porta-voz
dos progressistas frente às declarações do Senador Pedro Simon, feitas na
pré-convenção do PMDB contra a Senadora Ana Amélia Lemos, que acredito que
aconteceu por conta do calor do evento. Conhecendo o Senador e sua trajetória
política, não é do seu feitio esse tipo de ataque; sempre foi um homem
equilibrado e respeitado até por seus adversários.
Sempre
tive presente, e como exemplo, a forma respeitosa de fazer política do meu pai,
Pedro Américo Leal, em um tempo passado de debates e embates construtivos,
feitos por causas, pelo bem do Rio Grande do Sul, muito acima de diferentes
ideologias e divergências partidárias, e esse tipo de atitude sempre me causará
surpresa, estranheza e tristeza.
O
Partido Progressista manifestou-se publicamente sobre esse fato, através de
nota assinada pelo Presidente Estadual Celso Bernardi, e que vou ler agora.
(Lê.): “Nota do PP. O Partido Progressista do Rio Grande do Sul (PP/RS) ao
tomar conhecimento das declarações do senador Pedro Simon, feitas na
pré-convenção do PMDB, agredindo de maneira gratuita e injusta a senadora Ana
Amélia Lemos, vem a público manifestar sua tristeza e decepção com essa atitude
que apequena a política gaúcha. É estranho e lamentável que o senador Simon
tendo tantas outras preocupações com o seu mandato, resolva atacar a sua atual
colega, Ana Amélia, que por quase 40 anos como jornalista sempre foi respeitada
por seu caráter, credibilidade, imparcialidade e defesa da liberdade e dos
interesses maiores do Rio Grande. Prova disso é que quando optou pela política,
filiando-se ao PP e concorrendo ao Senado em 2010, fez mais de 3,4 milhões de
votos. O senador, até para justificar suas três décadas de mandato, tem o
direito de falar do passado, desde que não seja oportunista e ingrato,
desconhecendo a verdade e os fatos, como, por exemplo, que em 1998, ele foi
candidato oficial apoiado pelo PP e, portanto, eleito senador também com os
votos dos progressistas. Esquece, também, que o Partido Progressista apoiou, no
segundo turno, os candidatos a governador do seu PMDB, ajudando a elegê-los em
duas eleições – 1994 e 2002. Ao que se sabe, o senador, tão crítico hoje, não fez
nenhuma objeção ao apoio e nem recusou os votos que recebeu dos progressistas.
Não reconhecer isso, além de injusto, mostra sua incoerência, pois passa a
ideia de que o PP gaúcho só é bom quando lhe serve e lhe dá votos. Aliás, a
mesma opinião oportunista ele faz em relação à imprensa, julgando-a boa só
quando fala bem dele. Isso é decepcionante e melancólico. Por tudo isso e num
imperativo de justiça, era de esperar que o senador Simon, em vez de agredir o
PP e seus líderes, falasse em respeito e responsabilidade com os compromissos
assumidos, pois PP e PMDB estão coligados no Rio Grande do Sul em mais de cem
municípios. Assim, independente desse episódio, reafirmamos nosso compromisso
de diálogo com o PMDB e de um protagonismo respeitoso nas eleições de 2014.
Nada nos afastará de uma campanha em alto nível e propositiva, em que os
interesses do Rio Grande e dos gaúchos estarão sempre em primeiro lugar, pois
para os progressistas, o exercício do mandato não se faz só reescrevendo o
passado, mas, sim, mostrando também o que se está fazendo no presente e o que
se propõe a fazer no futuro. É isto que a sociedade gaúcha espera dos seus
senadores. Trabalho, transparência e zelo com o dinheiro público. É isso que a
senadora Ana Amélia está fazendo e que lhe rendeu em três anos de mandato, o
reconhecimento dos eleitores e várias indicações entre os melhores do Senado.
Porto Alegre, 16 de março de 2014. Celso Bernardi, Presidente Estadual do
Partido Progressista”. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
(O
Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Mauro Pinheiro; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras; este fim de semana teve duas notícias lamentáveis
para o Estado do Rio Grande do Sul, a respeito da Copa do Mundo. Eu, nas minhas
redes, venho chamando de Copa fiasco 2014. Cada vez estou mais convicto de que
será uma Copa fiasco, será uma fiasqueira esta Copa do Mundo.
Primeiro,
porque a dona do espetáculo, a atual mandante da República, a FIFA, reservou,
Ver. Cecchim, na sua região, na serra e na região das hortênsias, 80% das vagas
de hotéis. Esse fim de semana a FIFA liberou as vagas de hotéis. Liberou 80%!
Então, aproveito a TVCâmara para informar à população de Porto Alegre e a quem
nos assiste que as vagas de hotéis em Caxias, Bento Gonçalves, Gramado e Canela
estão disponíveis para o povo de Porto Alegre, já que a FIFA liberou. Essa FIFA
vem usurpando dinheiro do povo, prova disso é que a Prefeitura deveria receber
R$ 424 milhões do Governo Federal – e eu vim aqui, no final do ano, nesta
tribuna, enaltecer que o Governo teria dinheiro para terminar os BRTs, para
terminar a Av. Tronco –, e aí a surpresa do fim de semana: que esse dinheiro
não vai ser para terminar os BRTs, não vai ser para terminar a Av. Tronco, não
vai ser para terminar a Av. Voluntários da Pátria! Vai ser para fazer o entorno
do Beira-Rio. Aí todo mundo diz assim: “Os ingressos para a Copa estão todos
vendidos”. Estão vendidos, sim; estão vendidos para um banco que anuncia na TV
que vai dar 2 mil ingressos; para o cartão de crédito que anuncia que, quem for
à Copa e pagar com cartão de crédito, vai ter direito a uma cadeira especial.
Estão vendidos, mas não estão na mão do povo! Aí nós vamos continuar a usar
dinheiro público para financiar a FIFA, que ganha milhões dos cartões de
crédito, ganha milhões das companhias de cerveja, ganha milhões das companhias
de refrigerantes e milhões de companhias de lanches! E milhões e milhões de
empresas de materiais esportivos, fortunas incalculáveis! E aí querem que o
povo de Porto Alegre abra mão do dinheiro que poderia ir para a saúde!
Nesse
final de semana, morreu um jovem de 13 anos por falta de assistência. Morreu
também um cidadão no Centro de Porto Alegre, um senhor idoso, por falta de
ambulância da SAMU. Morreu um jovem na Zona Sul, nesse final de semana, por
falta de ambulância da SAMU. Aí querem que a gente entenda que não vamos ter
dinheiro para o projeto do Ver. Paulo Brum, que institui a acessibilidade aos
cadeirantes, aos deficientes, que nós não vamos ter dinheiro para botar
equipamentos para deficientes nas praças públicas de Porto Alegre, que nós não
vamos ter dinheiro para dar reajuste para as monitoras. Aí nós vamos dar
dinheiro para fazer as obras do entorno do Estádio Beira-Rio, já que o Inter
disse que as obras do entorno, ele não fará. Está escrito: não fará as obras do
entorno; querem dinheiro público para fazer as obras do entorno. Eu acho que o
dinheiro público tem que ser utilizado para o público. Esse dinheiro que vai
vir tem que ser para terminar as duas avenidas que estão enlouquecendo os
trabalhadores de Porto Alegre: a Av. Protásio Alves e a Av. Bento Gonçalves.
Esse dinheiro público tem que vir para resolver o problema da Av. Tronco.
Agora, o Internacional não pode dizer que não vai arcar com custo nenhum da
instalação de tendas e outros equipamentos necessários para a Copa do Mundo,
quer que a Prefeitura arque! Aí a Prefeitura, ao invés de chamar o povo de
Porto Alegre para escolher as suas prioridades, como sempre tem agido
democraticamente dessa forma, diz que vai usar o dinheiro que vai vir e que não
vai terminar a Av. Voluntários da Pátria, que não vai terminar essas obras e
vai investir todo o dinheiro no entorno do Estádio Beira-Rio. Além disso, o
Governo Federal demorou tanto para liberar esse dinheiro que, quando liberou,
aconteceu aquilo que sempre ocorre com os trabalhadores: quando o trabalhador
vai fazer uma compra, Ver. Kevin, comprar um carrinho, o banco demora tanto
que, quando libera, ele está no SPC. Quando o Governo Federal disse que iria
liberar o dinheiro, que foi prometido em dezembro, a Prefeitura estava no SPC –
mas vai sair este mês do SPC. A Prefeitura vai sair de um órgão da União, que
coloca as Prefeituras no SPC, mas esse dinheiro não pode ser para beneficiar as
obras da FIFA.
E
volto a pedir aos Vereadores desta Casa, Presidente Mauro Pinheiro, Dr. Thiago,
Bernardino Vendruscolo e à Bancada do PT, especialmente, que possamos fazer
nesta Casa, a cada dia que passa se vê mais a necessidade de uma CPI na Saúde
de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu já iria fazer esse tempo para ler da tribuna a coluna do David Coimbra que diz: “Para onde vão os bons”. Opinião do dia 14 de março de 2014. Solicito que o Setor de Taquigrafia faça a transcrição desta coluna, um artigo que se refere ao Senador Pedro Simon: “Estava lendo sobre os tais gastos do senador Pedro Simon com o plano de saúde dos congressistas e fiquei triste. A esta altura da vida e da carreira, um homem como Pedro Simon ter de se explicar sobre gastos com saúde, como se ele estivesse arrombando as burras públicas. Quanta miséria. Preciso deixar algo bem claro: não estou sendo irônico. Os congressistas têm de ter um ótimo plano de saúde, têm de ter ótimos salários, os ex-governadores e ex-presidentes têm, sim, de receber pensão vitalícia, e uma gorda pensão. Faz parte do custo da democracia, e é um custo barato. Imagine um senador da República chegar aos 80 anos de idade, como Pedro Simon, e descobrir que não tem dinheiro para financiar um caríssimo tratamento de saúde. O que ele fará? Morrerá impoluto ou se deixará financiar por interesses escusos? Ou então imagine um ex-presidente da República ter de se empregar em uma grande multinacional para não passar necessidade no fim da vida. Por favor! É por distorções como essas que os bons estão cada vez mais distantes da política. Resta o resto, o rebotalho, a escumalha. Por que um profissional que pode ser bem acolhido pela iniciativa privada, e nela receber um vultoso salário e nela ser tratado como estrela, irá arriscar sua reputação numa atividade em que ele estará sempre sob suspeita e que, a priori, condena-o à censura pública? Quem encara um político já o faz de nariz torcido. Assim, o que existe à disposição do povo brasileiro na política? Os poderosos, hoje, estão no PT, embora os petistas, ladinamente, digam que os poderosos estão em outro lugar. Muito sagaz. Lula é autor dessa obra. Lula é um gênio político. Aprendeu como chegar ao poder com destreza única na História do Brasil. Nem Getúlio foi tão perspicaz. Mas, chegando ao poder, o que Lula e o PT fazem com ele? Trabalham para se manter no poder. É assim que funciona o governo brasileiro. Ele está no poder para se manter no poder. É um motocontínuo. Quais são as ações práticas e administrativas do governo petista nesses 12 anos? As mesmas do governo militar. O PT é desenvolvimentista. Empenhou-se em pavimentar estradas, construir hidrelétricas e fomentar alguns empresários amigos, como Eikes e Fribois. Exatamente como o governo militar. Na parte social, o PT valeu-se de programas, jamais fez mudanças estruturais. Qual é a diferença ente o Minha Casa, Minha Vida e o BNH e entre o ProUni e o velho Crédito Educativo? Nenhuma, salvo que o BNH e o velho Crédito Educativo talvez fossem melhores. Onde estão as reformas? O que é feito da Saúde, da Educação e da Segurança Pública, que só pioram? Foram 12 anos perdidos, como foram perdidos os 20 do regime militar. Mas Dilma será reeleita e, depois dela, graças à ação paternalista e ideológica que se desenvolve todos os dias no Brasil profundo, graças também ao gênio de Lula, depois dela o PT seguirá por mais uma geração no poder. Até porque as alternativas são de dar medo: o PSDB dos vorazes tubarões da indústria paulista, os moluscos do PMDB, os conservadores retrógrados dos partidos sucedâneos da Arena, como aquele partido de nome contraditório, o Democratas, e os aprendizes de talibãs da ultraesquerda. Cruz-credo, valha-me, Nossa Senhora mãe de Deus de Nazaré! Para onde foram os bons do Brasil? Para a iniciativa privada, longe da vigilância dos falsos moralistas, longe dos escândalos de fachada, longe da denúncia dos hipócritas, longe da cobrança mesquinha como a que desabou sobre o Senador Pedro Simon. Pobre do Senador Pedro Simon. Pobres dos (cada vez mais raros) dignos homens públicos do Brasil. Pobre do povo brasileiro.”
Eu
ouvi atentamente a Ver.ª Mônica Leal, de uma forma educada, fez referências à
declaração do Senador Pedro Simon na nossa convenção de sábado; aliás, uma
grande convenção que escolheu o ex-Prefeito José Ivo Sartori como nosso
candidato a Governador do Rio Grande do Sul. Uma convenção que engrandeceu o
PMDB. Dois grandes candidatos, e, quando terminou a contagem dos votos, os dois
lados, e não poderia se diferente, saíram abraçados e não houve vencedores nem
vencidos. Venceu o PMDB. Mas, Ver.ª Mônica Leal, o Governador e Senador Pedro
Simon realmente fez referências à Ana Amélia, mas eu não vi nenhum ataque à
Senadora. Eu não sei onde é que o pessoal viu ataque a ela, ele apenas disse:
“olha, o PMDB tem dois, três ou quatro, ou pelo menos fez uma pré-convenção
para escolher um dos dois candidatos. E o PP, não. O PP foi buscar uma
jornalista da Zero Hora”. Eu acho que isso não é crítica nenhuma. Buscou uma
jornalista na Zero Hora que era amiga do pessoal da revolução. Eu não vejo
nenhuma ofensa nisso. Eu acho que, quanto à ditadura, não tem nenhum problema.
Quantos já foram. Nós também temos companheiros: o Jorge Alberto Mendes Ribeiro
era do Partido da Senadora e, depois, veio para o PMDB! Temos muitos exemplos
disso, que eram da ditadura e vieram para cá. Então, eu acho que não foi
nenhuma ofensa, apenas uma constatação. E, quanto à nota, aí, sim, eu preciso
discordar, porque o PP nunca fez nenhum favor em votar no PMDB, sempre houve
uma negociação – boa para os dois lados. Então, não há favor nenhum, nem de um
lado, nem do outro, nada foi de graça. Foi um acordo que serviu aos dois lados.
Então não vamos debitar alguma coisa ao Pedro Simon, que não deve nada dos seus
votos, porque houve um acordo e participação do Governo. Eu quero deixar bem
claro que não há animosidade nenhuma por parte do PMDB em relação a isso. E até
entendemos, afinal de contas nós estamos começando uma campanha eleitoral e
vamos disputar, sim. Vai ser uma disputa muito forte! Nós temos um candidato
muito forte para disputar no primeiro turno com a Senadora Ana Amélia, para
disputar com o Vieira da Cunha, para disputar com o Tarso Genro. São todos
grandes candidatos. Nós temos um grande candidato. Esse é apenas o começo de
uma eleição que eu espero que seja muito boa para Rio Grande, que se discuta os
assuntos que interessam ao Rio Grande, que não se faça nada em benefício de
grandes organizações. E nós aqui não estamos, em nenhum momento, querendo que o
nosso candidato seja melhor do que os outros candidatos. Todos os candidatos
têm as suas qualidades, têm os seus objetivos e todos querem que o Rio Grande
saia ganhando. Então, acho que esse episódio está encerrado. Não vejo nenhum
ataque; ao contrário, acho que podemos dizer, Ver. Kevin Krieger, que estamos
no zero a zero, e o zero a zero é bom para todo o mundo. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos ao
O
Ver. João Ezequiel está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. JOÃO EZEQUIEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, colegas municipários,
boa-tarde. Quero dizer que é muito gratificante hoje já podermos fazer uso
deste espaço de 15 minutos neste momento denominado Grande Expediente. Quero
iniciar, antes de entrar no tema que trago, que é o tema dos municipários, o
tema da saúde
municipal de Porto Alegre. Mas, antes de entrar no tema propriamente dito, eu
gostaria de fazer aqui algumas saudações. Inicialmente quero fazer uma grande
saudação à luta dos rodoviários de Porto Alegre, que este ano demonstraram a
todos os trabalhadores, deram um grande exemplo a todos os trabalhadores não só
de Porto Alegre, como do Rio Grande do Sul e do País inteiro. Quero dizer aqui,
diante de vocês, Vereadores e Vereadoras, diante da TVCâmara, que eu também
dependo de ônibus todos os dias, e queria me dirigir à população de Porto
Alegre, pois, muitas vezes, a gente só vê a importância de um serviço quando
esse serviço é paralisado. Infelizmente, no caso dos rodoviários, isso aconteceu.
É claro que, para mim e para a população de Porto Alegre, obviamente, causou um
grande impacto na Cidade a paralisação de 15 dias dos trabalhadores
rodoviários. Mas é importante dizer que essa paralisação, junto com a atitude
da Bancada do PSOL, que está pedindo uma CPI nesta Casa, CPI do transporte
coletivo, é importante dizer que essa luta, combinada com a luta parlamentar
daqueles que estão comprometidos com a cidade de Porto Alegre, está abrindo a
caixa-preta do transporte público em Porto Alegre. Eu não sei se todos os
cidadãos têm ciência de que os empresários de ônibus, há mais de 20 anos,
prestam serviço à cidade de Porto Alegre sem licitação alguma. E nós, junto aos
trabalhadores, junto à luta dos trabalhadores rodoviários, estamos exigindo
essa CPI e exigindo que haja uma licitação dirigida e comandada pelo povo de
Porto Alegre. Portanto, faço essa saudação.
Quero fazer uma segunda saudação aos servidores,
aos trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição, que, no dia 20, farão uma
grande paralisação. Esses trabalhadores buscaram negociação junto à
Superintendência do Grupo Hospitalar Conceição, que comanda o complexo
hospitalar, composto pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição, Hospital Fêmina,
Hospital Cristo Redentor e Hospital da Criança Conceição. Quero dizer que esses
trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição têm buscado incessantemente uma
negociação com aquela Superintendência e as Direções daqueles hospitais. No
entanto, eles têm tido, diuturnamente, uma negativa por parte daquela Direção e
daquela Superintendência. Portanto, esses trabalhadores, de forma legítima,
estão indo a uma paralisação no dia 20, uma paralisação que vai durar o dia
inteiro e que, se não resolver, então no dia 27, já deliberaram que haverá uma
paralisação por tempo indeterminado. E aos mesmos moldes que eu falava sobre a
greve dos rodoviários, eu repito sobre a greve dos trabalhadores do Grupo
Hospitalar Conceição, porque, infelizmente, a gente se dá conta da importância
do serviço quando esse serviço é paralisado.
Nesse sentido eu quero pedir o apoio da
população de Porto Alegre, porque certamente os servidores do Grupo Hospitalar
Conceição vão sofrer represálias, vão sofrer ataques dos governos, vão sofrer
perseguições, inclusive da Superintendência e das Direções dos hospitais. Nós
precisamos apoiar esses trabalhadores porque esses trabalhadores são aqueles
que nos recebem quando nós, por um motivo de urgência, vamos a esses hospitais
procurar um atendimento e uma solução para a nossa saúde e para a saúde de
nossos familiares. Quero dizer que, por conta dessa luta dos servidores do
Grupo Hospitalar Conceição, hoje saiu na imprensa que a CGU concluiu um
relatório em que aponta danos ao Erário municipal da ordem de R$ 8 milhões, por
conta de fraudes na prestação de serviços da Clinsul e da Plansul, que prestam
serviços de higienização lá no Grupo Hospitalar Conceição. E vejam bem, as
irregularidades e as fraudes nesses serviços de higienização estão muito
ligadas à proliferação das superbactérias que foram denunciadas pela Aserghc –
Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição –, que houve a
disseminação no ano passado. A gente sabe que muitos pacientes foram a óbito,
que muitos pacientes foram contaminados por essas superbactérias.
Quero agora entrar no tema, propriamente dito,
que trago aqui, que é a situação da saúde em Porto Alegre, mais especificamente
do Grupo Hospitalar Conceição, mas trago a questão da rede de saúde municipal
de Porto Alegre, gerenciada pela Secretaria Municipal de Saúde, em Porto
Alegre. Quero dizer que nós, junto com a COSMAM, fizemos diversas visitas aos
postos de saúde e aos prontos atendimentos. Quero dizer que a precarização nos
prontos atendimentos e nos postos de saúde é evidente e incontestável.
Trago um dado aqui: os servidores da Secretaria
Municipal de Saúde fizeram uma assembleia na semana passada e deliberaram que
estarão paralisando suas atividades nos prontos atendimentos e nos hospitais
municipais, por 48 horas, a partir do dia 26, às 8h. Isso por conta de que esses
servidores, já com uma pauta que vem há mais de dois anos que inclui as 30
horas na saúde, que inclui uma legislação que regulamente os 40% de
insalubridade, visto que – não sei se todos os presentes sabem – a legislação
que hoje orienta a insalubridade dos servidores municipais de Porto Alegre é a
mesma legislação da CLT, e nós estamos reivindicando, como PSOL e servidores
municipais, que a Câmara de Porto Alegre providencie uma legislação municipal
que regulamente os 40% de insalubridade para os servidores municipais. Não é
possível que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, quando lhe convém, utilize
legislação municipal, quando não lhe convém, utilize a legislação da CLT.
Queremos dizer que existe uma Lei Orgânica Municipal, que existe uma lei de plano
de carreira dos municipários de Porto Alegre, e que nós queremos que se inclua,
nesta legislação municipal, os 40% de insalubridade.
Quero dizer também que uma das reivindicações
mais sérias trazidas pelos servidores municipais de saúde é a questão da falta
de funcionários. Quero alertar a todos que, no ano passado, fizemos uma grande
luta nesta Casa inclusive, aqui na Câmara de Vereadores, e conseguimos a
aprovação por unanimidade – e agradeço a todos os Vereadores, de todas as
Bancadas – de 106 cargos de técnicos de enfermagem. Nós conseguimos essa
aprovação no final do ano, a Prefeitura até agora, mesmo a gente já tendo a
criação de cargos, mesmo a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde já
tendo autorização para convocar os técnicos de enfermagem, não executa essa
convocação. Portanto, quero deixar aqui registrada a nossa indignação. Faço uma
pergunta ao Secretário Municipal da Saúde: por que não convoca os servidores
que estão aprovados? Faço um apelo aqui a todos os Vereadores e Vereadoras: cento
e seis técnicos de enfermagem, é muito longe, muito longe da necessidade de
servidores que precisam o Hospital de Pronto Socorro, o Hospital Presidente
Vargas, os prontos atendimentos e as mais de 50 UBSs que estão espalhadas pela
cidade de Porto Alegre. Nós temos uma conta por cima, do Sindicato dos
Municipários de Porto Alegre e também do Simers, de que seriam necessários hoje
mais de 800 servidores para poder prestar um atendimento minimamente decente à
população de Porto Alegre, do ponto de vista da saúde.
Então, quero deixar aqui essas reivindicações e,
como o tempo está se esgotando, eu gostaria que os Vereadores e Vereadoras
assistissem comigo, aqui, a um vídeo que foi colocado na semana passada na
imprensa gaúcha e que traz os problemas da saúde. Especificamente este vídeo
fala do Hospital de Pronto Socorro, em que o Secretário Municipal da Saúde
orientou os profissionais do hospital a não aceitarem, a não receberem
atendimento de urgência clínica.
Por último, antes de assistirmos ao vídeo, eu quero
pronunciar aos meus colegas municipários da saúde, a todos os Vereadores e a
todas Vereadoras e ao público presente que, hoje, nós da Bancada do PSOL
protocolamos nesta Casa uma legislação que regulamenta 30 horas para os
servidores da saúde. (Manifestações nas galerias.) Já está protocolado, nós
faremos uma grande luta para que essa legislação seja aprovada nesta Casa.
Solicito que rodem o vídeo.
(Procede-se à apresentação de vídeo.)
O SR. JOÃO
EZEQUIEL: Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, esse
vídeo é mais longo e o nosso tempo já está terminando, mas eu quero aqui fazer
um apelo a vocês. O Hospital de Pronto Socorro não por acaso se chama Hospital
de Pronto Socorro. Os pacientes estão indo procurar atendimento – está a prova
aqui –, e o atendimento, na urgência clínica, está sendo negado, num hospital
que é referência no atendimento – não só de trauma, mas também no atendimento
de urgência clínica. Portanto, eu faço um apelo, porque isso que está
acontecendo é um crime. Muito obrigado, uma boa-tarde a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores que nos assistem aqui no plenário, na TVCâmara, eu venho aqui hoje em
nome do meu Partido, Partido dos Trabalhadores, fazer um pronunciamento a
respeito do conjunto de movimentos preconceituosos que vêm ocorrendo,
principalmente no Rio Grande do Sul, e que vêm trazendo um reflexo em todo o
Brasil. Nas últimas semanas, os gaúchos ficaram estarrecidos com posturas
preconceituosas e autoritárias de agentes públicos que envergonham o Estado –
que tanto se orgulha de sua formação multicultural – com a intolerância racial
e social expressada publicamente pelo Deputado Federal Luiz Carlos Heinze, do
Partido Progressista, partido também da Senadora Ana Amélia, em 29 de novembro
de 2013, lá na cidade de Vicente Dutra, destilando expressões de racismo,
xenofobia, homofobia, demonstrando abuso de autoridade e incitação ao racismo e
à violência. Isso repercutiu e repercute em toda a sociedade brasileira e
motiva a violência. Eu quero que todos assistam aqui ao vídeo dessa autoridade
que mostra como ele se pronunciou. (Procede-se à apresentação de vídeo.) Muito
obrigado. Há poucos minutos, a representante do PP veio a esta tribuna ler uma
carta, mas em momento algum o PP veio a esta tribuna condenar essa atitude e
pedir punição a esse Deputado. Eu quero que venham aqui pedir a expulsão e a
cassação do mandato de um Deputado que incita a violência no Rio Grande do Sul
e que ainda diz: “Esta postura é minha e da Senadora Ana Amélia”.
A Sra. Mônica
Leal:
V. Exa. permite um aparte?
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Desculpe-me, mas não vou lhe dar o aparte porque tenho que seguir o roteiro.
A Sra. Mônica
Leal:
Ah, muito obrigada pela sua educação.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Desculpe!
Desculpe! A senhora esteve aqui, há poucos minutos, para manter um status quo da violência no Rio Grande do
Sul! Isso não pode continuar acontecendo!
Como temíamos, esse revoltante episódio gerou
consequência de intolerância e preconceito. É lamentável constatarmos que,
embora este episódio tenha sido severamente repudiado pelo movimento negro e
pela sociedade gaúcha, outros casos continuam acontecendo.
Há poucas semanas, na semana do dia 5 de março,
lá em Bento Gonçalves, o árbitro Márcio Chagas foi alvo de insultos racistas
durante e após a partida do Esportivo e Veranópolis, pelo Campeonato Gaúcho,
num episódio que requereu, aqui, desta Casa, uma Moção de Repúdio aprovada por
unanimidade. E, ao mesmo tempo, tramita aqui nesta Casa uma Moção de
Solidariedade aos movimentos sociais.
Portanto, qualquer forma de manifestação racista
e homofóbica requer a devida punição na forma da lei. Racismo é crime, e
incitação a ele também!
Essas atitudes deverão ser apuradas com as
devidas responsabilidades dos envolvidos. É preciso combater o racismo com
veemência, de forma a garantir o cumprimento da Constituição Federal em seu
art. 5º que diz que a prática de racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão nos termos da lei.
Preocupa-nos essa apologia preconceituosa e
violenta ao crime, aliada aos interesses eleitorais de uma classe econômica
conservadora. É uma postura que ameaça os direitos fundamentais do ser humano,
expressos na Constituição Federal.
Diante do cenário político internacional, nós
corremos o risco de sermos rotulados como um Estado brasileiro violador dos
direitos humanos. Por isso, louvamos a iniciativa da Comissão de Cidadania e
Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, que provocou um amplo debate com os
movimentos sociais em nosso Estado, tendo entrado com representação contra o
Deputado no Ministério Público Federal.
A postura política do Deputado Heinze e a
própria negligência do Partido Progressista em não pedir a cassação desse
Deputado fomentam a prática de atos violentos contra os segmentos mais
marginalizados, explorados e violentados no Brasil, que são os dos negros,
índios, gays, lésbicas, entre outros.
E por que não dizer com os negros, os índios, as crianças, adolescentes e os
idosos pobres? O Deputado Heinze, do Partido Progressista, praticou um ato
racista, confirmou e repudiou o seu discurso sob a guarda da imunidade
parlamentar e, com isso, transmitiu à sociedade a ideia de que esses são os
atos corretos e necessários e que podem ser reproduzidos sem qualquer
penalidade, pois, até o momento, não vimos o PP pedir uma punição pública para
o Deputado. E, há poucos minutos, a Ver.ª Mônica Leal veio a esta tribuna
trazer uma justificativa e, aqui, ao mesmo tempo, trazer considerações de
desconforto sobre o que nosso Senador falou ontem, o Senador Pedro Simon, que
alinhou, sim, concretamente, dizendo que atos como esses são inaceitáveis na
política gaúcha e brasileira. Considerando que somos um País que foi
colonizado, que tem raízes da escravidão, no qual ainda impera o preconceito e
onde os donos do poder têm origem latifundiária e oligárquica. Precisamos lutar
contra essas forças excludentes, precisamos retirar democraticamente do poder
todos os políticos racistas e seus apoiadores.
O nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores,
que tem, na sua história de lutas e conquistas, a defesa dos direitos humanos e
a defesa dos direitos de todas as minorais, não aceita essa postura racista e
também propôs a esta Casa uma Moção de Solidariedade aos movimentos sociais,
que está na Ordem do Dia para votação. Temos plena convicção de que estamos
contribuindo para a construção de um País mais igualitário e democrático.
Nesses dez anos do Governo democrático popular do Presidente Lula e da
Presidente Dilma, avançamos nas pautas sociais, principalmente quando falamos
nas ditas minorias que, na verdade, são as maiorias da sociedade brasileira;
avançamos no reconhecimento e na implantação de inclusão social dos
quilombolas, povos e comunidades tradicionais; no Ensino Superior, com o
comprovado sucesso das cotas para negros e índios nas universidades; com a Lei
Maria da Penha; com a implementação de iniciativas que asseguram os direitos da
população LGBT, além das
políticas de enfrentamento à violência contra a juventude negra, com o Plano
Juventude Viva. Lembramos aqui o que disse o nosso Senador Paulo Paim, no Congresso Nacional, sobre a agressão
ao juiz Márcio, em que a minoria que cometeu o crime terá que responder pelo
que fez: “Somente pessoas covardes agem assim, e esse grupo de pessoas
atrasadas não representam o povo de Bento Gonçalves e da Serra Gaúcha”. E,
ontem, o Senador Pedro Simon fez uma manifestação, também, exigindo que o Deputado Heinze seja enquadrado, primeiramente, pelo seu
Partido, pedindo a cassação diante do fato ocorrido. E a Presidente Dilma
também lamentou não apenas esse caso, mas também o do jogador do Santos,
Arouca, em São Paulo. Dilma afirmou que já acertou com a ONU e com a FIFA que a
Copa do Mundo do Brasil vai ser a Copa pela paz e contra o racismo. Finalizo com as palavras da
Presidente: “São atitudes inadmissíveis em um País como o Brasil, que é a maior
Nação negra fora dos limites da África”.
A Sra. Mônica Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu gostaria só de fazer um registro. O Partido
Progressista Estadual e Municipal – e quem lhes fala é Líder da Bancada – fez
uma nota repudiando a manifestação do Deputado Heinze. Isso foi feito e
propagado em todos os meios de comunicação – talvez o senhor não estivesse
aqui, ou não tenha lido os jornais. Eu não aceito que o senhor suba na tribuna
e diga que nós desconsideramos. Nós ficamos extremamente sentidos e nos
revoltamos sobre esse fato. E foi enviada à imprensa uma nota, que, inclusive,
vou enviar ao seu gabinete para que o senhor tome conhecimento. Agora, o que
não vou aceitar é que o senhor generalize, como sendo o Partido e todos os seus
integrantes preconceituosos. Eu me lembro muito bem que, na época, quando o
Presidente Lula foi a Pelotas e disse que a cidade exportava “veados”, ninguém
subiu nesta tribuna para acusar o PT de preconceito. Obrigada.
O SR. ENGº COMASSETTO: Ver.ª Mônica, a
diferença é que o seu Deputado continua dizendo as mesmas palavras, e diz que
as manterá em todos os momentos. Portanto, fazer uma nota pro forma é muito fácil; agora, eu quero ver enfrentar o tema desde
a raiz e extirpar. Eu quero
que a senhora venha à tribuna pedir a cassação desse Deputado.
O Sr. Alberto Kopittke: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Comassetto, essas suas palavras aqui no Grande Expediente são
de grande relevância e, na verdade, estão associadas a uma forma, a uma
ideologia, a uma forma de ver o mundo e a democracia, uma forma de intolerância
com a diferença. E não é à-toa que um Deputado deste mesmo Partido, o PP, na
sexta-feira, protocolou na Câmara dos Deputados um pedido para que seja feita uma
homenagem ao Exército Brasileiro pelo Golpe Militar. Então, essa intolerância
do racismo é a mesma intolerância daqueles que defendem a Ditadura porque não
sabem conviver num mundo de liberdade e com as diferenças. E já que essas
opiniões causam indignação à Ver.ª Mônica, ela pode vir aqui também manifestar
a sua indignação a essa proposta do Deputado Jair Bolsonaro, que representa o
que há de pior neste País e que defende constantemente a Ditadura e a
intolerância.
O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado Ver. Kopittke. Aqui nas falas
que foram apresentadas a pouco do Deputado Heinze, ele se refere ao Ministro
Gilberto Carvalho dizendo que ali, junto ao Gabinete da Presidente, se aninha
tudo que de pior existe na Nação brasileira: negros, índios, gays, lésbicas e
todas as minorias. Quero dizer que é com muito orgulho que nós e os nossos
aliados políticos, que governamos este País, afirmamos que este Governo
construiu, sim, um espaço de expressão e de construção de uma política de
inclusão, até porque, hoje, o PIB brasileiro é de 49%, que representa o salário
recebido pelos brasileiros, que até 10 anos atrás, ele chegava entorno de 30%;
portanto, há uma geração e uma distribuição de renda.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Comassetto, o Deputado Heinze já pediu desculpas e disse que
foi extremamente infeliz. Isto foi divulgado, e ficou claro e preciso. Mas eu
quero somente lembrar e vou lhe responder, em outra oportunidade, o que ocorreu
naquela audiência pública, qual era o objetivo daquela audiência pública. Eu
vou lhe responder mais tarde. Obrigado.
O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado Ver. Comassetto. O que nós, afrodescendentes, os negros,
os quilombolas, os índios queremos? É muito bonita a bandeira de paz no
estádio, tudo isso é lindo! Nós queremos só uma coisa: que a lei seja cumprida.
O SR. ENGº COMASSETTO: Concluo a minha fala, Sr. Presidente,
dizendo que a nossa Bancada está aqui para construir e ajudar que as leis sejam
cumpridas. Somos construtores de um País e de um Estado de paz, onde todos
devem ter os mesmos direitos e os mesmos deveres, e não a exclusão como
essência da política. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa-tarde, cumprimento o Ver. Mauro
Pinheiro, presidindo esta Sessão; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; público
que nos assiste. Mais uma vez o Ver. Comassetto sobe a esta tribuna para tentar
generalizar o Partido Progressista. Infelizmente, tenho que voltar, mais uma
vez, à tribuna para lembrar a este Vereador, que veio anteriormente aqui, que o
Partido de Porto Alegre deu exemplo na Secretaria de Direitos Humanos,
trabalhando com o povo negro, com a comunidade LGBT – na época era esta a sigla
e hoje já mudou; que trabalhou com a comunidade indígena, organizou as paradas
gays, na cidade de Porto Alegre. Com muito orgulho, eu estive à frente da
Secretaria de Direitos Humanos, e com o Ver. Carrion, naquela época do PCdoB,
ficamos junto com o movimento quilombola, da Av. Nilo Peçanha, que é o Quilombo
Silva, que passava por uma reintegração de posse, e fizemos com que a Brigada
Militar desistisse dessa ação.
Em
2005, nós solicitamos ao Governo Federal o reconhecimento do Quilombo do Areal.
O Quilombo do Areal, agora foi reconhecido pelo Governo Federal, sob o comando
da Secretária Elisete Moretto, do Partido Progressista. Da mesma forma, Ver. Ezequiel,
construímos os espaços de sustentabilidade caingangue na Lomba do Pinheiro, com
a comunidade indígena: 23 habitações populares, com centro fitoterápico, com
escola bilíngue, mantendo a cultura indígena, e com o centro de cultura. Todas
as políticas públicas que a comunidade indígena merece, entre tantas outras
atividades. Não adianta generalizar, não vai conseguir generalizar,
infelizmente, nem prestando atenção em mim está, mas ficou 15 minutos falando
sobre o Partido Progressista, generalizando o Partido Progressista. Talvez,
Ver. Mauro, que está presidindo a Sessão, seja desespero. Infelizmente, estão
trazendo, Ver. Pedro Ruas, antecipadamente o debate eleitoral, porque, em
nenhum momento, eu me manifestei em relação ao mensalão do PT; em nenhum momento
eu generalizei que os Vereadores do PT têm algo a ver com isso. Apesar de que,
quando fizeram a vaquinha para o José Dirceu, Ver. Nedel, havia Vereadores do
PT na foto – um Vereador que está aqui sentado, levantando a mão, como José
Dirceu fez quando foi preso. Em nenhum momento, nós generalizamos e continuamos
não generalizando. Tem muita gente boa no PT, como tem gente ruim, como tem
gente ruim no PP e em todos os Partidos. Infelizmente, isso é reflexo da
sociedade.
Então,
não poderia deixar de vir aqui fazer esta manifestação, porque o mínimo que a
gente precisa, Ver. Cecchim, é respeito. Respeito muito, inclusive, a sua
manifestação em relação ao Senador Pedro Simon, que, na minha opinião, não quis
bater na Senadora Ana Amélia Lemos. Na minha opinião, o alvo era outro e,
consequentemente, trouxeram para o debate eleitoral. Temos muito respeito por
ele, mas temos um grande respeito pela Senadora Ana Amélia Lemos, que vem dando
exemplo de ética, honestidade e trabalho no Senado Federal.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, senhores que estão nas galerias; eu venho a esta
tribuna mais uma vez falar de CPI. Ver. Thiago, não me convenço que Vereador
tenha competência para investigar. Por quê? Se tem alguém que sabe investigar
aqui, Ver. Cecchim, nós só temos um, Ver. Nereu D’Avila: o Ver. Cleiton. Eu
quero aconselhar aos meus colegas que gostam de investigar que façam um curso
de investigação na Polícia Civil. Quem sabe tomam a liberdade de fazer? Jogar
negócio no ventilador é fácil, é muito fácil, Ver. Tessaro! Eu fico
impressionado com as denúncias que chegam, eu fico apavorado! Sai uma CPI, e
entra outra. E entra CPI, Ver. Clàudio Janta... Quero fazer um agradecimento ao
senhor, embora não acredite na CPI, a telefonia não mudou, mas aqui está o seu
relatório, e quero agradecer, o senhor é um Vereador autêntico e me botou à
disposição o relatório final da CPI da Telefonia. (Mostra relatório.)
Eu
quero falar também dos grandes eventos que vêm acontecendo nesta Cidade, Ver.
Nereu. No sábado, foi comemorado o aniversário do nosso Governador, o nosso
Governador Tarso Genro, aqui na Casa do Gaúcho. E o prestígio dele está em
alta! Não foram somente os militantes do PT que estiveram lá; estiveram os
empresários, a sociedade, a comunidade, e lá o Sr. Governador recebeu com toda
a gentileza, Ver. Cecchim. Então, eu quero dizer que vocês se enganam, estão se
enganando: o Governador Tarso Genro está muito prestigiado, sim, senhores!
(Manifestações
no plenário.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Quero dizer aos senhores que o Governador
está com o prestígio em alta, em alta! E eu, como sou um reconhecedor das
coisas boas que acontecem no Rio Grande, não sou aquele Vereador que vem aqui
com aquelas picuinhas, com aqueles azedumes contra as pessoas, aquele ranço,
Ver. Kopittke. A gente tem que admitir quando acontecem as coisas boas. Então,
o Sr. Governador está de parabéns: 67 anos, Ver. Thiago. Acho interessante um
governador que tem essa liberdade de convidar as pessoas mais simples para o
seu aniversário. Quem é o governador que me convidou para o seu aniversário até
hoje? Procurem isso aí, não tem! Eu sou um Vereador humilde, sou um simples
cidadão da Cidade e fui convidado. Então, está de parabéns o Governador Tarso
Genro.
Também
quero falar, Ver. Thiago, sabe o quê? O que acontece nesta Cidade. Os
jornalistas falam mal dos políticos, falam mal dos políticos, falam todos os
dias; daqui a um pouquinho, o jornalista sai da empresa em que trabalha e vira
candidato. Vira candidato! Então, por que isso? Se eu sou jornalista e não
gosto do político, eu jamais me candidataria, Ver. Cecchim! Porque a gente sabe
que, este ano, vai ter tantos jornalistas se candidatando que a Assembleia
Legislativa vai virar séria agora! O Planalto, lá em cima, vai virar sério! A
Câmara dos Deputados vai virar séria porque os jornalistas estão se
candidatando! Senhores, podem começar a acreditar que os jornalistas vão mudar
o rumo do Brasil e do Rio Grande. Eu quero discordar, Vereador, porque, com
isso que estou dizendo, estou fazendo uma crítica aos cidadãos que são
jornalistas e que gostam de nos criticar, nós, que somos políticos, Ver. Pedro
Ruas. E eu tenho certeza absoluta de que nisso eu não acredito muito.
Para
concluir, quero falar das coisas boas que acontecem. Nós temos um Prefeito
nesta Cidade, Ver.ª Jussara Cony, que implantou o projeto Prefeitura na
Comunidade. E, sábado, lá foi o Prefeito, os seus Secretários o dia todo
circulando na comunidade. E não é isso aí que falam, Ver. Thiago! Não é isso
aí! O Prefeito é muito bem recebido e os seus Secretários também, inclusive o
Secretário Carlos Casartelli, que vem fazendo um trabalho...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. ALCEU BRASINHA: ...O nosso Secretário da Saúde entende de
administração, Ver. Thiago! É um Secretário que realmente está preocupado com
as comunidades pobres! Não é o que as pessoas vêm jogar aqui neste microfone.
Nós não podemos ter inimigos na Cidade. Temos que ser parceiros para buscar
soluções, isso sim! Isso eu acredito que todos nós, Vereadores, podemos fazer:
buscar soluções juntos, com a parceria do Município, junto com o Governador e
junto com o Secretário da Saúde. Obrigado, senhores. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Meus caros colegas, muito boa tarde, uma
ótima semana a todos e a todas que nos assistem aqui. Nosso Presidente,
companheiro Ver. Mauro Pinheiro; meus colegas de Bancada; Líder Comassetto; Ver.ª
Sofia Cavedon; Ver. Sgarbossa; depois de uma fala tão eloquente do nosso
Vice... O meu candidato a Vice para o Estado é o Vereador Brasinha. Já
transmiti esta opinião ao Governador e acho que o PTB faria uma indicação muito
correta se o indicasse, porque é alguém que tem relação com o povo deste
Estado, que vem de baixo, que conhece a vida do povo e, com certeza,
representaria muito bem a tradição e a história do nosso Senador Zambiasi se
fosse o indicado a Vice pelo PTB.
(Aparte
antirregimental do Ver. Clàudio Janta.)
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Ver. Janta, estava, estava ao meu lado!
Eu
venho aqui, primeiro, para lamentar, Ver. Comassetto, esse nível com o qual a
campanha começou aqui no Estado. Respeito muito o Senador Pedro Simon, acho que
ele está abalado neste momento pelo problema envolvendo a questão do
financiamento do tratamento odontológico. O Lasier Martins, no lançamento da
sua candidatura, também atacou a Senadora Ana Amélia, chamando-a de pessoa
herdeira da ditadura, de quem torturou os trabalhistas. Eu acho que não é esse
o nível que o Rio Grande merece para a campanha.
Estamos
aqui, obviamente, na defesa do nome do Governador Tarso para que ele seja o
nosso candidato à reeleição, e queremos fazer um debate de projeto. Nós
queremos comparar o Governo Tarso não com o Governo Yeda, Ver. Pedro Ruas,
porque acho que é de conhecimento de todos aqui, apesar de muitos terem
apoiado, inclusive o PP e o PMDB, que foi um governo que desmantelou
completamente, sem nenhum projeto político, o Estado. Fracionou totalmente a
sociedade gaúcha sem apresentar políticas públicas e nenhum projeto efetivo
para o Estado. Foram anos amargos, anos em que aquela Praça da Matriz teve que
ficar cercada 24 horas por dia porque não havia nenhum tipo de interlocução. Nós
queremos comparar o Governo Tarso é com o Governo Yeda e o Governo Rigotto
juntos, porque nós vamos mostrar que se fez, nesses três anos de Governo Tarso,
mais do que nos oito da Yeda e do Rigotto. E essa aliança que está governando o
Rio Grande – eu quero agradecer, Ver.ª Jussara, a presença da nossa Deputada
Manuela D’Ávila, que lá estava presente, do nosso Secretário Lara, do Dr.
Bonetti, do PR; e, por favor, me tragam aqui se eu me esqueci de algum outro
nome, porque é uma aliança que, com certeza – a Mari Perusso, do PPL –, terá
mais de dez minutos na TV para falar, entre outras coisas, que os professores
deste Estado, nesses três anos, receberam 75% de aumento. É por isso que as
greves de quem não tem capacidade de dialogar estão esvaziadas. Cinquenta por
cento de aumento real no seu salário, no bolso do professor gaúcho! Perguntem
para um professor.
Nós
queremos comparar o crescimento do Estado que hoje é a locomotiva do Brasil,
que é o Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul cresceu duas vezes e meia o que
cresceu o Brasil no crescimento industrial; é o Estado que mais atraiu
investimentos privados e do Governo Federal. Essa parceria com a nossa
Presidenta – e não me venham aqui trazer outro candidato para o Rio Grande,
porque a Presidenta que mora aqui é a Presidente que mais fez por Porto Alegre
e pelo Rio Grande do Sul. Eu não acredito que vai ter algum outro candidato
desses que se apresentaram que vai trazer um candidato aqui para Porto Alegre
que não a Presidenta Dilma. Eu acho, no mínimo, um desrespeito com o que ela
fez pela nossa cidade: a BR-448, a terceira ponte, o metrô, um conjunto de
investimentos da nossa Presidenta porto-alegrense. Muitos fazem parte,
inclusive aqui, mas não vêm defender esse projeto.
Então,
Ver. Brasinha, nós vamos com muita alegria, com muita força, porque esse Rio
Grande precisa continuar dando certo como está dando no governo do nosso
Governador Tarso Genro. Um grande abraço e boa semana a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, democraticamente quero discordar de parte do pronunciamento do Ver.
Alberto Kopittke. Eu caminho pelo Instituto Geral de Perícias e nunca vi uma
paralisação tão contundente como eu vejo hoje dos nossos colegas da perícia
gaúcha. Isso tudo por dificuldade de interlocução e dificuldade de diálogo que
se aprofundam a cada dia.
Agora,
acho que o Ver. Brasinha tem que fazer uma profunda reflexão e caminhar pelos
hospitais públicos de Porto Alegre, principalmente aqueles com gestão
municipal, caminhar pelas unidades de pronto atendimento e pelas Unidades
Básicas de Saúde da Cidade. A saúde em Porto Alegre, infelizmente, piora de forma
importante a cada dia. As bases do PDT de Porto Alegre, de forma muito
contundente, já se posicionaram em relação a isso. Então, quem vai ao HPS
observa a dificuldade que se tem do atendimento ao meio da obra mostrando a
clara e evidente falta de gestão no cuidado com aquela obra. Quem vai ao HPS vê
a falta de planejamento de um SAMU colocado no 5º andar do hospital, sendo que
todos sabemos que um serviço de urgência tem que ser colocado no andar térreo.
Quem vai ao HPS observa o descalabro da mudança criminosa da missão
do hospital! O HPS foi concebido há décadas
atrás para atender urgências clínicas e traumatológicas. No mundo nós temos
sete hospitais de trauma, como é que Porto Alegre pode ser tão vitoriosa assim
para ter dois? Então, nós precisamos fazer uma profunda reflexão com relação a
isso.
Falando
do HPV e visitando o HPV nós vimos lá as dificuldades: nós vimos o 4º andar da
pediatria totalmente fechado; nós vimos a UTI neonatal com metade de seus
leitos fechados; nós vimos a UTI pediátrica com 12 leitos fechados; nós vimos a
psiquiatria e a ginecologia metade fechadas; estamos vendo, na patologia, os
cirurgiões sem contrato de patologia, e as peças sem serem enviadas para exame
anátomo-patológico. Essa é a realidade da saúde de Porto Alegre! Ao visitar o
PACS nós vimos o que está acontecendo com os pacientes da psiquiatria.
Então,
acho que o Ver. Brasinha tem que botar a mão na consciência. Ele é um excelente
Vereador, uma pessoa muito querida por todos nós, como colocou o Ver. Alberto
Kopittke, mas realmente, defender a Secretaria Municipal de Saúde, nesta
gestão, não tem como! E um Secretário que, infelizmente, não dialoga com a
Câmara de Vereadores, não dialoga com os trabalhadores, não dialoga com os
sindicatos, não dialoga com os movimentos sociais. É isso o que estamos vendo,
a Cidade toda está vendo isso. A Cidade vê os leitos fechados do Hospital
Parque Belém; a Cidade olha para o Hospital Independência, para o Hospital
Petrópolis – no centro da Cidade – e vê leitos fechados; a Cidade olha para o
Hospital Presidente Vargas e vê leitos fechados; a Cidade olha para o seu
querido HPS e vê fechamento de leitos. É essa a realidade da saúde na Cidade.
Não
vamos tapar o sol com a peneira; vamos ser extremamente francos e honestos,
para que cada vez mais a nossa ilibada categoria política possa não cair no
descrédito, não cair na incoerência. Então temos que fazer uma profunda
reflexão, porque muitas vezes essa incoerência e esse descrédito... Quem leva a
população a nos desacreditar somos nós mesmos, a prolatar, desta ou de outras
tribunas, inverdades. Eu penso que se o Secretário Municipal de Saúde tivesse
vergonha na cara, ele já tinha saído da Secretaria.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Ezequiel Mendonça da Silva
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO EZEQUIEL: Novamente, boa-tarde a todos e a todas;
eu gostaria de fazer uma saudação que faltou em minha outra fala, que não é
menos importante, mas, devido ao tempo, como a gente tem outros assuntos, fica
bem complicado de nos referirmos a todos.
Como
municipário, quero dizer que, na semana passada, esta Casa protagonizou uma
grande tristeza para os municipários. Na semana das mulheres, as monitoras e
monitores das escolas municipais de Porto Alegre tiveram aqui nesta Casa uma
grande derrota. Eu digo que essa derrota também é nossa, porque essas monitoras
e monitores vêm há muito tempo lutando para que fossem reconhecidas e
reconhecidos, e pleitearam aqui nesta Casa a mudança de faixa, uma
reivindicação justa, legítima e digna. Infelizmente, a maior parte desta Casa
recusou esse direito às monitoras e aos monitores de Porto Alegre. Eu quero,
aqui, em nome do PSOL, me solidarizar, dizer às monitoras e aos monitores das
escolas municipais de Porto Alegre que nós, do PSOL, vamos continuar na luta
junto com esse setor, estaremos apoiando essa luta. E nós não desistimos desse
projeto; vamos ainda ver, num futuro próximo, a mudança de faixa dos monitores
e monitoras.
Eu
quero aqui, agora, me dirigir ao Ver. Brasinha, com todo o respeito que eu
tenho não só pelo Ver. Brasinha, mas por todos os Vereadores e Vereadoras,
embora, Brasinha, nós tenhamos divergências. E há uma divergência entre nós que
é muito grave e muito séria, Vereador. O senhor sabe que, na semana passada, eu
fui convidado a comparecer às UBSs de Porto Alegre – UBSs, Vereador, são as
Unidades Básicas de Saúde. O senhor sabe que desde a quarta-feira de cinzas, ou
seja, há mais de dez dias, o Secretário Municipal da Saúde retirou, da maioria
dos postos, os guardas que faziam segurança? O senhor sabia que o Posto Rubem
Berta tem mais de seis boletins de ocorrência na 18ª DP de Porto Alegre, por
conta de agressões de usuários? Eu não vou dizer aqui que é culpa do usuário,
mas o usuário, quando chega no Posto de Saúde Rubem Berta e descobre que dez
medicações estão em falta – entre elas ibuprofeno, amoxicilina e outras que são
da base do atendimento, da base da administração médica no quesito de
tratamento – e não conseguem uma consulta, como um fato que aconteceu lá e foi
registrado... É só procurar, Vereador, 18ª DP de Porto Alegre, no final do ano:
o cidadão, indignado porque não tinha médico, virou as mesas e cadeiras dos
consultórios e jogou esses objetos para cima dos profissionais.
Eu
quero dizer que nós defendemos que a Guarda Municipal tem que estar presente
nos postos de saúde. Temos aqui colegas, guardas municipais, e quero dizer que
eles são plenamente qualificados para estarem nos postos de saúde. E eu faço
uma pergunta ao Secretário Municipal da Saúde: por que não chama a Guarda
Municipal, formada por profissionais qualificados que podem estar ali, não só
nos postos de saúde, como também nos prontos atendimentos e nos hospitais?
Quero ler para vocês uma mensagem que nos mandou uma servidora: “Poderiam fazer
uma visitinha aqui no Postão do IAPI. Temos um ou dois vigilantes, o pessoal da
limpeza é o mínimo. Muitas vezes, ou seja, várias vezes, temos que limpar as
pias de pés, onde os pacientes fazem curativos, totalmente contaminadas pelas
secreções de feridas, por falta de funcionários de higienização”.
Então,
vejam que a gestão na saúde municipal é um completo caos. Já mostramos aqui o
vídeo do que está ocorrendo no HPS, e faço aqui minhas as palavras do Ver. Dr.
Thiago, quando ele fala da grande precarização que existe no HPS, no Hospital
Presidente Vargas e nos prontos atendimentos.
Portanto,
Ver. Brasinha, eu tenho que discordar da sua posição de que há uma boa gestão
de saúde em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, senhores e senhoras; agradeço à bancada do PCdoB,
do PSOL e do PT, e venho falar de um tema que foi o editorial político do
jornal Zero Hora, página 10, do final de semana, e que já tratamos várias vezes
nesta Casa, que é o tema das obras da Copa. É verdade que estou falando em
tempo de oposição, daqui a pouco, o pessoal vai ter que fazer um desconto por
isso, mas é importante o que vou falar. Nós sabemos que a Prefeitura de Porto
Alegre está no vermelho, está com muitos problemas e teve que transferir todas
as dez obras que eram da Copa para outro programa, ou seja, o Governo Federal
não deixou a Prefeitura abandonada, pelo contrário. É importante que se deixe
claro aqui que os R$ 420 milhões de que falam os órgãos de imprensa não são os
R$ 480 milhões iniciais contratualizados para as dez obras da Copa. Os R$ 480
milhões iniciais, Ver.ª Jussara Cony, que garantiam a Tronco, todos os BRTs, a
Av. Edvaldo, a Rua Voluntários da Pátria, ou seja, as dez obras que a
Prefeitura optou por colocar no PAC Copa, esse desembolso já começou, é bem
verdade que três anos depois por conta da inadequação dos projetos – nós
dissemos isso várias vezes aqui da tribuna –, por conta de valores inadequados,
apontados tanto pelo Tribunal de Contas, que vem acompanhando isso à medida que
estão sendo feitas as obras, antecipou-se por conta que os projetos não eram
completos, foram feitos pela iniciativa privada. Para a Av. Edvaldo, foi
apontado R$ 1,8 milhão de sobrepreço. A Caixa Econômica Federal foi muito
exigente, mas finalmente está desembolsando e pagando. A parte da obra feita
está sendo paga. Acontece que com essa demora, com essa inadequação dos
projetos, quando a Prefeitura foi orçar, os valores não consubstanciaram mais
R$ 480 milhões! São quase R$ 900 milhões, Ver. Brasinha, o montante total das
dez obras da Copa. Portanto, a Prefeitura busca – nós aprovamos aqui nesta Casa
– o financiamento dessa diferença, que é chamado pela Caixa de contrapartida.
Essa contrapartida ainda não teve desembolso por problemas da Prefeitura de
prestação de contas de outras contas. Na Zero Hora, saiu que tem um problema de
convênio com o Grêmio Náutico União – isso eu não fui precisar, mas antes, há
pouco tempo, o problema era a prestação de contas dos valores da Praça da Paz,
na Vila Bom Jesus. Pasmem, senhores, a Prefeitura queria fazer outro modelo e o
fez. Obviamente, o Governo Federal não tinha obrigação de aceitar a prestação
de contas de outro projeto que não o que o Lula, inclusive, anunciou aqui.
Pasmem!
Eu não sabia, a Prefeitura utilizou aquele recurso. Aquilo que está construído
na Bom Jesus – pelas informações que tenho hoje – não são da Rossi só, não, são
recursos que o Governo Federal colocou aqui em Porto Alegre para a Praça da
Paz. E o Governo Federal não estava aceitando a prestação de contas pela inadequação
do projeto, por ser outro projeto. E quando tu estás no que seria o Serasa para
um indivíduo – a Prefeitura estava no Serasa – um órgão federal que, por não
ter a aprovação de contas, a Prefeitura não está recebendo a contrapartida das
obras da Copa, R$ 420 milhões. Mas os valores iniciais, a Caixa vem
desembolsando. E a Prefeitura, agora, parece que, até quarta-feira, resolve
mais um problema de prestação de contas com a União, porque, ali no Jornal Zero
Hora, questionaram: mas só agora descobriram isso? Não, esta é a sequência de
fatos. Acho que o Governo Federal tem sido bastante republicano no tratamento
de Porto Alegre. Nós nos orgulhamos disso, fizemos muita crítica aqui à forma
da aplicação de recursos, por falta de diálogo, de mediação com a cidadania.
E
quero fechar a minha fala aqui dizendo que, nessa semana, a Prefeitura assinou
– no caso de uma das obras, finalmente – a proteção ambiental da Escola Amigos
do Verde; assinou de novo, porque havia sido revogada –, assinou o inventário,
dizendo que aquele é um patrimônio cultural. Portanto, resolveu, depois de duas
audiências públicas da CECE lá na escola, de várias reuniões de negociação,
construímos um dos nós da realização das obras da Copa, que é a trincheira da
Av. Cristóvão Colombo. Houve aí negociação, mas esta Casa teve que se envolver
muito, a Tribuna Popular, Comissão.
Então,
a mediação do uso desses recursos é muito ruim, lamentavelmente, tem problemas
com a Rua Anita Garibaldi, com a Av. Edvaldo, com vários lugares, com a Tronco
que, hoje, os moradores vivem no meio dos escombros, no meio das obras.
Atrasaram os projetos; ficou tudo muito caro e ruim para a cidadania. E, agora,
trata-se é da contrapartida, mais uma vez, o Governo Federal resolvendo o
problema de um custo maior. Então, para ficar muito claro, eu quero agradecer
aqui aos Partidos de oposição por este tempo, o que ajudou a esclarecer a nossa
posição no tratamento de obras que esperamos que sejam estruturais e boas para
Porto Alegre, e não que retrocedam na cidadania e na inclusão social.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para um Requerimento.
O SR. CLÀUDIO JANTA
(Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos,
imediatamente, entrar em Comunicações. Após, entramos na Ordem do Dia.
(O
Sr. Professor Garcia reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Cassio Trogildo, o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por
11 votos SIM, 12 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às
16h10min): Havendo
quórum, passamos à
Queremos registrar a presença do Secretário
Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social, Raul Cohen, no nosso plenário.
Obrigado pela presença, Secretário.
PROC. Nº 1932/13 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº
022/13,
de autoria do Ver. Paulinho Motorista, que altera o § 1º e inclui § 5º no art.
15 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, e alterações
posteriores, proibindo a interrupção do abastecimento de água nos casos que
especifica e dando outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 05-03-14 (quarta-feira);
- votação nula por falta de quórum em 12-03-14.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal
o PLCL nº 022/13, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 11 votos SIM, 13 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Parcial.
O SR. WALDIR
CANAL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que o item 6, da
Priorização do dia de hoje, colocado em discussão geral e votação, o PLL nº
016/13, com Veto Total, de autoria do Ver. Paulo Brum, seja antecipado aos
demais itens da priorização.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Waldir Canal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0513/13 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/13, de autoria do
Ver. Paulo Brum, que institui, no
Município de Porto Alegre, o serviço de transporte coletivo acessível
Disque-Atendimento Porta a Porta.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela manutenção
do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela
manutenção do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Motorista: pela
manutenção do Veto Total;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Mario Fraga: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 05-03-14 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o
PLL nº 016/13, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Paulo Brum está com a palavra
para discutir o PLL nº 016/13, com Veto Total.
O SR. PAULO
BRUM: Sr.
Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; quero
cumprimentar o nosso Secretário Municipal da Acessibilidade e Inclusão Social
de Porto Alegre, amigo Raul Cohen, que representa aqui o nosso Executivo
Municipal.
Na
verdade, Sr. Presidente, na minha fala, eu já quero agradecer os Srs.
Vereadores e as Sras. Vereadoras pela aprovação do projeto de lei desta Casa
que institui o serviço de transporte coletivo porta a porta no Município de
Porto Alegre, para atender à camada da população que, até então, vem sendo
desassistida no seu direito de ir e vir, que são as pessoas com deficiência
física, com extrema dificuldade de locomoção. Pois bem, o Executivo vetou este
projeto, e nós, hoje, portanto, estamos apreciando o Veto do Sr. Prefeito. E eu
peço aos Srs. Vereadores, já agradecendo o voto, porque foi através da
apreciação desta Casa que o Executivo acordou para esta necessidade, para esta
dívida que Porto Alegre tem com o cidadão com dificuldade de locomoção, as
pessoas com deficiência física. O Executivo nos apresenta, e eu quero ler a
esta Casa para ficar gravado nos anais, um novo projeto que será protocolado, e
aqui está, na presença do nosso Secretário, que irá dirimir qualquer dúvida que
possa existir na apreciação desta matéria aqui na Casa. Eu não tenho nenhuma
dúvida de que, se eu fosse para o embate, esta Casa, mais uma vez, derrubaria o
Veto do Sr. Prefeito, como nós fizemos nos dois projetos que apresentamos e em
que derrubamos o Veto, que é a questão das multas para quem estaciona em locais
destinados a veículos para pessoas com deficiência física, e na apreciação
também do projeto de lei, que hoje é a lei, da meia-entrada em estabelecimentos
culturais e esportivos para as pessoas com deficiência. Eu não tenho nenhuma
dúvida de que esta Casa seria, mais uma vez, sensível, e nós, na tarde de hoje,
estaríamos aqui derrubando este Veto do Sr. Prefeito. Eu sairia vitorioso, mas
aqueles que mais precisam, com certeza, não teriam esse benefício, porque o
Executivo considerou inconstitucional, com vício de origem, e nós, portanto,
estamos acatando essa determinação do Executivo, que apresenta este projeto de
lei que sanará qualquer dúvida a esse respeito. Nós, em breve, Secretário, com
a coordenação da SMACIS, teremos este serviço de assistência às pessoas com
deficiência física aqui em Porto Alegre. Nós, que viemos lá da sanção, do Sr.
Prefeito Municipal, da Lei que vai instituir em Porto Alegre o táxi acessível.
Serão 85 placas de veículos com acessibilidade para atender as pessoas com
deficiência física em Porto Alegre. Sr. Presidente, eu faço questão de deixar
para os Anais desta Casa o Projeto de Lei que a assessoria do Sr. Prefeito nos
remeteu e que, em breve, o Executivo estará protocolando nesta Casa (Lê.):
“Institui o Programa de Transporte Assistencial Acessível no Município de Porto
Alegre. Art. 1º: Fica
instituído, no Município de Porto Alegre, o programa de transporte assistencial acessível, destinado ao
deslocamento de pessoas com deficiência física, que não apresentem
condições de mobilidade e acessibilidade autônoma aos meios de transporte
público ou que apresentem grandes restrições ao acesso e uso de equipamentos
urbanos. Art. 2º: O programa de
transporte assistencial acessível será disponibilizado gratuitamente às pessoas
com deficiência física beneficiárias, devidamente inscritas na Secretaria
Municipal competente, e será executado por meio de veículos adaptados e
acessíveis, próprios ou locados pelo Executivo por meio das Secretarias e
Fundação referidas nos Art. 3º, 4º, 5º e 6º desta Lei. Parágrafo único: Os órgãos municipais referidos no caput no presente artigo poderão possuir
e disponibilizar os veículos do programa de transporte assistencial acessível,
isolada ou conjuntamente, conforme conveniência administrativa.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O
Ver. Paulo Brum prossegue a sua manifestação de discussão do PLL nº 016/13, com
Veto Total, a partir deste momento, por cedência de tempo do Clàudio Janta.
O SR. PAULO
BRUM:
Obrigado. Art. 3º: Compete à Secretaria Municipal de Educação – SMED – os
estudos, o planejamento, a organização e a fiscalização, e, presentes à
conveniência e à justificativa técnica, a implantação e a disponibilização do
transporte assistencial acessível, visando ao deslocamento dos beneficiários no
trajeto residência e instituição de ensino. Art. 4º: Compete à Secretaria Municipal de Saúde os estudos, o
planejamento, a organização, a fiscalização e, presentes à conveniência e à
justificativa técnica, a implantação e a disponibilização do transporte
assistencial acessível, visando ao deslocamento dos beneficiários no trajeto
residência/instituições de promoção da saúde ou reabilitação.
Art. 5º: Compete à Secretaria Municipal de
Esportes, Recreação e Lazer os estudos, o planejamento, a organização, a
fiscalização e, presentes à conveniência e à justificativa técnica, a
implantação e a disponibilização do transporte assistencial acessível, visando
ao deslocamento dos beneficiários no trajeto residência/instituições de cultura
e de lazer.
Art. 6º: Compete à Fundação de Assistência
Social e Cidadania – FASC – os estudos, o planejamento, a organização, a
fiscalização e presentes a conveniência e a justificativa técnica, a
implantação e a disponibilização do transporte assistencial acessível, visando
ao deslocamento dos beneficiários no trajeto residência/instituições afins.
Art. 7º: A Secretaria Municipal de
Acessibilidade e Inclusão Social – SMACIS, a Secretaria Municipal dos
Transportes – SMT – e a Empresa Pública de Transportes e Circulação – EPTC, no
âmbito de suas atribuições e competências, auxiliarão as Secretarias referidas
nos arts. 3º, 4º e 5º desta lei, no tocante aos estudos, ao planejamento, à
organização e à fiscalização do transporte assistencial acessível.
Art. 8º: O Executivo regulamentará a presente
lei, por meio de decreto, no prazo de 90 dias, estabelecendo, entre outros, os
requisitos para as pessoas com deficiência integrarem o Programa de Transporte
Assistencial Acessível e as especificações dos veículos, dos equipamentos
auxiliares e complementares necessários para a execução do transporte, sempre
em conformidade com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – a
ABNT. Esta Lei entra em vigor em data da sua publicação.” Portanto, Sr.
Presidente, mais uma vez, eu peço aos Srs. Vereadores, às Sras. Vereadoras, que
nos acompanhem nesse voto de aceitação do Veto do Sr. Prefeito, com esse
compromisso do Executivo, assumido publicamente, de implantar, ainda, espero
este ano, o Transporte Acessível Porta a Porta no Município de Porto Alegre,
que irá, portanto, sanar um vácuo que existe hoje na nossa legislação, no nosso
serviço do Município, que é o de atender aqueles que mais precisam, aqueles que
mais necessitam, que são as pessoas com deficiência física de alto
comprometimento na sua locomoção. Muito obrigado, Srs. Vereadores. Muito
obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 016/13, com Veto Total.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Srs. Vereadores, representantes do Governo Municipal, senhoras e senhores, aqui
há um Veto Total, Ver. Paulo Brum, a um serviço de transporte coletivo
acessível, através do Disque-Atendimento. Eu quero dizer aqui que a nossa
Bancada votou favorável; a nossa Bancada compreende a importância de se pensar
em alternativas reais que retirem barreiras das pessoas com deficiência. O
sacrifício, em especial das mulheres, mães, das cuidadoras – porque na maioria
são cuidadoras – de jovens, adolescentes e adultos com deficiências múltiplas é
imenso para acessar os programas de saúde, os programas de educação, de
assistência social ou qualquer política pública que seja até uma fruição
cultural. Nós compreendemos que não é fácil para a estrutura pública realizar
isso. Esse transporte, quando é conseguido, sempre é por via judicial, então
temos que reconhecer que não há política pública organizada para um transporte
acessível, para um transporte porta a porta, com facilitação de telefone, que é
a proposição do Ver. Paulo Brum. Então, é justo o projeto, é necessário o
projeto, é urgente. Diz o Secretário de Inclusão que a Prefeitura fará ou
encaminhará, e aí quero colocar novamente a nossa posição. Nós fizemos, na
semana passada, Ver. Paulo Brum, uma heroica, e não foi só na semana passada,
mas também em 26 de fevereiro, as monitoras vieram para cá e conversaram com os
Vereadores. A minha visão é de que o Executivo não deve centralizar todas as
políticas, não deve – baseado na legislação deste País que centraliza no
Executivo – restringir a ação do parlamento. A gente entende que esse veto vem
nos mesmos moldes do veto ao projeto das monitoras, no sentido de que o
Executivo reserva a si a decisão sobre o orçamento, reserva a si a decisão
sobre as políticas públicas. E eu entendo que o Brasil ganha, que o país ganha,
que a república ganha quando o Executivo é permeável ao parlamento, quando ele
dialoga e coloca os seus limites, mas incorpora proposições. Nessa área de
acessibilidade nós temos afirmado que lamentavelmente a criação da Secretaria
da Acessibilidade não ampliou o acesso à cidade de Porto Alegre. A criação da
Secretaria da Acessibilidade não resolveu, não incrementou políticas públicas
integradas. Sempre fizemos aqui a crítica de que a Acessibilidade, assim como a
Juventude tinham que ser estruturas de governo que fossem capazes de integrar
ações. Portanto, não apenas nós criarmos novas estruturas, termos custeio
incorporado, novos custeios, novos cargos comissionados – porque foi isso que
aconteceu com Porto Alegre –, e infelizmente Porto Alegre hoje está arrebentada
no seu equilíbrio orçamentário por exacerbados gastos com custeio, por
exacerbados gastos com cargos comissionados, por extrapolar nas gratificações
aos altos salários. E aí, Ver. Paulo Brum, resulta que a Prefeitura não tem
como ampliar política pública. Nós nos colocamos contrários ao Veto, achamos
que a Prefeitura deveria ter dialogado com o Ver. Paulo Brum, construído uma mediação, uma
progressividade, uma moderação, até chegar a um projeto com emendas, chegar a
um projeto em que o Governo pudesse trabalhar, como foi o caso das monitoras,
pois foi uma emenda num projeto complexo, que complementou o projeto.
Por
coerência, Ver. João Carlos Nedel, entendemos que votamos com o autor e contra
o Veto.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Não há mais quem queira discutir. Em
votação nominal o PLL nº 016/13, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 05 votos SIM, 15
votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Total.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3188/11 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/11, de autoria do Ver. Elias Vidal e do Ver Márcio Bins Ely, que estabelece
regras para a implantação de programa de terapias naturais no Município de
Porto Alegre.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela rejeição do
Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 05-03-14 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o
PLL nº 153/11. (Pausa.) O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir
o PLL nº 153/11.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr.
Presidente, Ver. Professor Garcia, na pessoa de V. Exa. quero cumprimentar os
demais Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste nas galerias e pela
TVCâmara, senhoras e senhores, em especial a representação do Sinter-RS, a
Presidente Júlia, do Sindicato dos Terapeutas, que acompanha a votação desta
tarde. Aliás, já estiveram aqui na semana passada, quando estava previsto na
ordem de votação este importante Projeto de Lei, que, na realidade, foi construído
a quatro mãos. E eu quero aqui também prestar uma homenagem ao Ver. Elias
Vidal, que, junto conosco, elaborou o Substitutivo Conjunto, e quero trazer
algumas impressões que nos remetem aqui a entender pela derrubada do Veto, em
que pese nós termos conversado hoje com o Secretário Casartelli, e ele se
colocou à disposição para a construção de uma alternativa não que contemple
100% do que aqui está proposto, mas pelo menos uma parte. Colocou inclusive à
disposição a equipe técnica, numa eventual confirmação do Veto, uma derrubada
do Projeto, que nós possamos encontrar uma alternativa para oferecer a Porto
Alegre tudo aquilo que as terapias naturais têm de bom, especialmente aquelas
vinculadas à massoterapia, fitoterapia, cromoterapia, aromaterapia, gelterapia,
quiropraxia, terapia floral, hidroterapia, iriologia, reiki, acupuntura e
terapias de respiração. Eu gostaria de destacar aqui também que na última
reunião da Comissão de Constituição e Justiça, da lavra do Douto Ver. Waldir
Canal, nós tivemos um parecer constatando aqui a inexistência de óbice ao
Substitutivo. Portanto, constitucional e regimental o projeto no entendimento
daquela Comissão, em que pesem alguns votos contrários. E destacando assim, de
maneira muito pontual, algumas questões que foram apontadas nos Autos do
processo. Uma consideração que eu acho importante para o juízo de valores dos
Vereadores que agora enfrentam aqui esse Veto e a sua votação, firmado pelo
Secretário Casartelli, com o seguinte teor: “O projeto parece desnecessário, pois
estabelece por lei algo que dentro dos regramentos legais já é prática da
Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre”. Então, nesse sentido, e também
reforçando, o que diz o art. 3º – “Para os fins dessa lei, serão desenvolvidas
atividades como...” – e aqui trago os exemplos das atividades para que nós
possamos pesar e também nos auxiliar na decisão por essa apreciação do Veto.
Quais seriam: 1 – Coordenação, orientação, organização, estímulo de práticas de
orientação à saúde por meio de terapias naturais, visando ao uso de alimentação
saudável, plantas medicinais ou práticas corporais meditativas ou energéticas;
2 – Promoção de pesquisas e palestras e desenvolvimento de campanhas em
benefício da melhoria da qualidade de vida no ambiente das práticas integrativas
em saúde, utilizando-se de espaços públicos ou institucionais. Eu não vejo em
que isso possa vir a prejudicar a comunidade em termos de elucidação, de
reafirmação dessas práticas em Porto Alegre. E ainda, o estabelecimento de
convênios e parcerias com os órgãos necessários à execução do programa de
terapias naturais. Então, nesse sentido, até fizemos um apelo – está aqui o
nosso assessor para assuntos institucionais, o Gil, que sempre tem acompanhado,
que teve a sensibilidade do encaminhamento de um Veto Parcial, para que nós
pudéssemos tentar aproveitar, senão em todo, mas em parte o projeto. Como não
foi possível que nós avançássemos nesse sentido, vou fazer aqui esse apelo.
Estamos encaminhando pela derrubada do Veto.
A Sra. Jussara
Cony: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Pela derrubada do Veto, sim.
Apenas duas coisas porque no processo da elaboração que V. Exa. fez e em
algumas conversas que estabelecemos, acho que há duas questões fundamentais
para o Executivo atentar. Em primeiro lugar, essas são opções terapêuticas e
terapias complementares, e, em segundo lugar, elas estão em consonância com as
políticas nacionais de terapias complementares, estratégicas inclusive, com
aporte de recurso para o Município de Porto Alegre. Então, a nossa Bancada está
com V. Exa., na medida em que entendemos que vamos transformar isso, em vez de
política desse ou daquele Governo, em política de Estado. Elas são estratégicas
para a saúde da população.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY:
Agradeço, Presidente, por nos permitir as conclusões, tendo em vista o aparte
da Vereadora. Então, com a convicção de que poderemos lograr êxito nesta tarde,
e, mais uma vez, vamos pedir esta reflexão e esta reafirmação no sentido de
estarmos avançando em mais um passo, escrevendo uma página importante da
história da nossa Cidade ao aprovarmos este importante Projeto de Lei. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra
para discutir o PLL nº 153/11, com Veto Total.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Sr. Presidente Ver. Professor Garcia; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras; Ver.ª
Mônica, Ver. Clàudio Janta, a cabala – hoje em dia, às vezes, ouvimos falar na
cabala e muitas pessoas não sabem o que é a cabala. A cabala judaica é um
conjunto de ensinamentos que remonta há mais de quatro mil anos e que fala que
o corpo vive, na verdade, em sintonia com o universo, em fluxos energéticos que
emanam desde o infinito e que permeiam absolutamente tudo, tanto que grande parte
das doenças que temos, ou a maior parte das doenças é psicossomática. Que
barulho é esse, Sr. Presidente? São os tambores. Que rufem os tambores e que
chamem os bons fluidos e os bons espíritos para o nosso plenário. Mas dizem que
grande parte das nossas doenças, Sr. Presidente, são psicossomáticas, doenças que, na verdade, são doenças do
espírito que afetam o corpo: tensões, que se reproduzem, às vezes, no estômago,
no aparelho digestivo, no intestino; outras vezes, em tensões musculares. E, se
nós não compreendermos isso, não conseguiremos compreender que é possível
tratar o corpo não só através da medicina ocidental, mas que é possível e
necessário tratar o corpo e o espírito de outras formas também.
Indo
tão longe quanto a cultura judaica, na cultura chinesa é da mesma forma. Outro
dia, eu recebi um amigo aqui, e ele me falava algumas coisas da cultura chinesa
e me disse o seguinte: “Vem cá, tu já ouvistes falar de problema de hospital na
China, que tem mais de um bilhão de habitantes?” Eu disse que, realmente, eu
não tinha ouvido falar. Nós vemos documentários da China sobre tudo, mas nunca
se viu sobre a saúde na China, Ver. Delegado Cleiton, porque há, entranhada na
cultura chinesa, essa questão dos tratamentos naturais e alternativos, que
previnem as doenças.
A
nossa medicina tradicional, e talvez aí haja uma incompreensão... Felizmente
acho que não é a visão do Dr. Thiago, mas é de grande parte dos nossos médicos
que não conseguem compreender – e na cultura afro também – que há essa tradição
e essa história de se tratar o corpo, mas também de se olhar para o espírito,
numa visão holística de poder curar, atendendo a todas as dimensões do ser
humano. Eu acredito que esse projeto do Ver. Márcio, com as nossas amigas e
amigos que vêm hoje aqui, na verdade, faz essa abordagem. E nós precisamos não
ser reativos, reacionários, muito antes pelo contrário; precisamos ser abertos
a isso, tratando com todas as formas que pudermos tratar, passando por aquelas
que o Ver. Márcio Bins Ely aqui referiu: a quiropraxia, a cromoterapia, enfim,
as mais diversas formas de tratamento que nós pudermos dar.
Hoje
em dia, são tantas e tantas agruras, são tantas e tantas ansiedades que
experimentamos, que, às vezes, nós buscamos o conforto na religião e na alma,
Ver. Nedel – o que também é importante –, mas também temos que encontrar nas
terapias alternativas esse tipo de liberdade e de possibilidade para que o ser
humano possa se realizar e viver uma vida na sua plenitude, com mais
tranquilidade, com mais calma e com mais paz, sobretudo.
Quero
dizer que não vejo mal, muito antes pelo contrário, e acho que é momento de nós
aqui, nas nossas culturas ocidentais, recebermos e acolhermos esses
ensinamentos que estão presentes em tantas e tantas outras culturas muito mais
antigas. Quem sabe o Secretário, porque é médico e tem uma formação mais
ortodoxa na medicina, compreende de outra forma. Mas também nós temos que
entender que a nossa medicina ocidental é uma medicina curativa e não uma
medicina preventiva. Por exemplo, quem sofre de pressão alta, ele não cura a
pressão, acaba convivendo com ela. As medicações que nós temos não curam, elas
fazem com que nós venhamos a conviver. E as formas mais antigas, Ver. Clàudio
Janta, previnem e, muitas vezes, até curam, não querendo desmerecer os avanços
da ciência, da pesquisa e da medicina, que, de fato, são importantíssimos. O
que eu quero dizer é que nós precisamos caminhar lado a lado com essas duas
questões, levar...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: ...e
democratizar. Por isso eu quero votar a favor. Acho que nós precisamos
trabalhar essa cultura e levar isso para dentro da saúde pública e para o maior
número de pessoas possível que nós pudermos atender para que alcancem, também,
esse tipo de alento e de conforto. Parabéns, Ver. Márcio; parabéns a todos!
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para
discutir o PLL nº 153/11, com Veto Total.
O SR. DR. THIAGO: Obrigado, Presidente. Eu quero, Ver.
Márcio, saudá-lo por essa iniciativa. Eu fiz antes alguns reparos das coisas
que andavam erradas e vou fazer aqui, Ver. Valter, correções de coisas que
foram muito certas no Município de Porto Alegre. A nossa Cidade, Ver. Valter,
no início da gestão Fogaça, teve o melhor Secretário da Saúde que este
Município já teve desde que eu me conheço por gente: Dr. Pedro Gus. O Dr. Pedro
Gus esteve à frente da Secretaria Municipal da Saúde, um médico alopata, mas
com uma visão muito ampla da questão saúde e com um entendimento que
transcende... Ver. Janta, ele foi, por muito tempo, médico dos sindicatos,
muito vinculado a essa questão, mas com uma visão que realmente transcende o
pensamento puramente medicamentoso ou farmacológico. O Dr. Pedro, à frente da
Secretaria da Saúde, Ver. Márcio Bins Ely, iniciou um processo de
intensificação, um processo de aprimoramento e um processo de incentivo às
terapias ditas naturais, como V. Exa. coloca no projeto. Pela primeira vez, nós
tivemos a possibilidade de, fora do grande eixo da Cidade, sediar ambulatórios
de acupuntura, terapia floral e, principalmente, homeopatia. Isso nós tivemos
oportunidade de fazer no longínquo Posto de Saúde do Lami; depois, foi feito na
Restinga.
Com
esse mesmo olhar, o Dr. Pedro incentivou muito alguns personagens da saúde
pública municipal, profissionais de carreira – eu lembro aqui claramente a
psicóloga Lisiane Falleiro Vargas –, a poder, nas comunidades, através da
terapia comunitária, impregnar essas comunidades com saúde e não com o
tratamento da doença. A partir da terapia comunitária fortalecer os elos, os
laços que existem nas comunidades, que precisam ser fortalecidos para que,
efetivamente, a gente, cada dia mais, cultive saúde e não apenas trate a
doença. Eu quero dizer com muita clareza, Ver. Márcio Bins Ely, que temos que
saudar o seu projeto, nós temos que incentivá-lo e fazer acontecer. (Palmas.) O
Município de Porto Alegre tem, no seu seio, na Secretaria da Saúde,
profissionais capazes de poder auxiliar projetos como esse, projetos
construtivos como esse que V. Exa. apresenta hoje.
Quero
dizer que, a semana passada, fizemos uma visita informal – a Comissão irá lá,
caro Ezequiel – ao Posto de Saúde Modelo, que é, talvez, o remanescente dessas
terapias naturais e que nós não podemos deixar morrer. Aqui faço a solicitação
para que os Vereadores, para que vocês que trabalham com isso, vocês que são
incentivadores disso se façam presentes nessas visitas para que a gente possa,
ao invés de fechar serviços, abrir serviços em nome da saúde das pessoas nesta
Cidade. Parabéns, Ver. Márcio, estamos com Vossa Excelência! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra
para discutir o PLL nº 153/11, com Veto Total.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero
cumprimentar vocês que estão aí, nós já somos antigas conhecidas. Quero
cumprimentá-las por estar acompanhando esta Sessão, como Vereadora, como
farmacêutica, como autora da lei municipal da política de plantas medicinais,
aromáticas, condimentares e fitoterápicas, como autora no Estado do Rio Grande
do Sul e como quem, em 2003, contribuiu, como profissional, junto ao Ministério
da Saúde, para que traçássemos essa política de plantas medicinais, aromáticas,
condimentares e fitoterápicas e também a política de terapias complementares
estratégicas para a saúde da população. Aqui eu estou mais como profissional
farmacêutica, articuladora do Fórum pela Vida no Estado do Rio Grande do Sul,
do que como Vereadora, para dizer que me somo à derrubada deste Veto.
O
Ver. Márcio Bins Ely está dando uma importante contribuição, em vários momentos
conversamos. Por quê? Eu estava aqui pensando num trabalho que se chama
Corpo/Alma, que foi uma produção de quando eu era Diretora Superintendente do
GHC; participamos, inclusive, da equipe multidisciplinar do Grupo Hospitalar
Conceição através da Gerência de Ensino e Pesquisa. Exatamente, Ver.
Nagelstein, com a relação que V. Exa. fazia com a Cabala, com essa visão
holística, com esse respeito ao conhecimento tradicional, que não é antagônico
ao conhecimento acadêmico; pelo contrário, e, daqui a pouco, eu vou também
fazer uma observação a respeito desta questão. Nós não somos apenas um corpo,
nós somos um corpo/alma, há várias interações, inclusive, na minha ótica,
espirituais, que são estratégicas inclusive para uma nação que foi formada – e
este é a nosso maior patrimônio, nossa maior riqueza – por várias raças, etnias
que nos conformaram: o branco, o índio e o negro. Eu sou descendente de
Guarani, detenho esse conhecimento e fui ser farmacêutica pela passagem da
minha bisavó para minha avó, para a minha mãe, que era enfermeira, até chegar a
mim, detentora desse conhecimento, dessa ancestralidade. Então, essa
diversidade humana, cultural, que faz com que a gente tenha esse conhecimento,
esse conhecimento ancestral não pode ser perdido, e vocês estão dando aos
Legislativos, aos Executivos um momento fundamental para que isso ocorra. O
conhecimento popular, o conhecimento tradicional e histórico não antagoniza com
o acadêmico – a academia tem que referendar esse conhecimento para que ele não
se perca! E vejam bem, os brancos escrevem, os negros e os índios não; é oral,
é passado por gerações, tanto que nós temos os nossos Griôs. O Governo Federal
fez um projeto belíssimo, desde 2003, dos Griôs, que são os que detêm o
conhecimento, através do Ministério da Cultura.
Então,
nós estamos aqui complementando. Antagônico é o que historicamente nos
impuseram, os interesses, inclusive, de fora da nossa Nação, e que levam a
nossa biodiversidade! Aqui está uma concepção de saúde que ajuda a fortalecer o
SUS, que traz saúde de qualidade, com essa visão holística, com equipe
multidisciplinar. A cidade de Porto Alegre está pronta para isso. Com essa
política, nós vamos enfrentar algo que é nocivo para a saúde, que são as
hegemonias do conhecimento. Quem detém o conhecimento é a humanidade! Não pode
ter hegemonia, muito menos na saúde. Nós estamos preservando o conhecimento,
nós estamos preservando a biodiversidade, e nós vamos contribuir com leis desse
teor para que tenhamos saúde de qualidade para o desenvolvimento econômico,
social, cultural, humano e espiritual da cidade de Porto Alegre, do Estado e do
nosso País.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Jussara Cony prossegue a sua
manifestação de discussão do PLL nº 153/11, com Veto Total, a partir deste
momento, por cedência de tempo do Ver. Clàudio Janta.
O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Eu queria dar um depoimento aqui para os Vereadores entenderem
tudo o que as pessoas que subiram a essa tribuna estão falando. Há 20 anos eu
tive o mesmo problema na perna que estou tendo este ano. Eu fiquei quase quatro
meses internado no hospital sem poder caminhar. E agora, em menos de 30 dias,
com a medicina, com a terapia de florais, com a homeopatia, eu estou aqui nesta
Casa, estou caminhando, com o meu problema quase todo sanado.
Então,
eu acho que nós não podemos nos furtar de qualquer ajuda que possa vir para
curar. E duas benzedeiras foram me benzer ainda, mais espíritas... Eu acho que
tudo que vem para curar... A única coisa que fiz, Ver. Nedel, depois – eu não
quis que o padre fosse lá, porque geralmente quando o padre vem é para gente já
subir – foi ir até o padre só para uma conversa. Mas eu acho que tudo que vem
para o bem da saúde nos ajuda. Eu dou aqui um depoimento de que todas esses
tratamentos alternativos, principalmente os espirituais, me permitiram que, em
30 dias – apesar da minha idade ter uma diferença de 20 anos –, eu estivesse
aqui andando.
A SRA. JUSSARA CONY: Eu acho que esse depoimento do Ver.
Clàudio Janta é extremamente importante. Eu sou asmática; dos meus cinco
filhos, dois são asmáticos. Eu sempre fui tratada, pela minha avó, com
homeopatia, e estou aqui sobrevivendo. Consigo trabalhar com as minhas crises
de asma, e os meus dois filhos até os 12 anos foram curados com homeopatia, com
aquele cuidado que é a homeopatia, porque essas terapias aproximam as pessoas.
Não é a terapia de olhar e receitar um medicamento. A homeopatia é de uma em
uma hora: para um filho significa amor, significa cuidado, significa
preservação da vida e também ensina aquele filho para que tenham esse cuidado
com seus filhos.
Eu
jamais vou me esquecer de dois médicos: Bernardo Kosminsky, cujos filhos
continuam, e o Arno Klein, dois médicos homeopatas. E também de um
farmacêutico, que era o proprietário – já faleceu, foi o meu professor – da
Farmácia Van Der Laan, que foi o nosso professor. A Faculdade de Farmácia da
UFRGS era a única que tinha no Brasil a cadeira de Homeopatia como cadeira e
não como opção. Então, tem muita formação nessa área, tem muito conhecimento. E
pobre da academia, pobre do país que separa a academia do conhecimento da
sensorialidade. Esse, com certeza, jamais será um país saudável sobre todos os
aspectos, inclusive na sua espiritualidade.
O Sr. Alberto Kopittke: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Ver.ª Jussara, a senhora é a nossa orientadora na luta pelo
Sistema Único de Saúde, na amplitude para um país com mais saúde. Com essas
palavras, tenho a liberdade de trazer o meu apoio a esse projeto do Ver. Márcio
Bins Ely. A senhora sabe que a minha irmã é farmacêutica, assim como a
senhora...
A SRA. JUSSARA CONY: Sim, foi a minha gerente, quando eu fui
Diretora do Hospital Conceição, a maior honra, a Luciana Kopittke, que me
ajudou a implementar a política de plantas medicinais, e continua lá, no Grupo
Hospitalar Conceição, na Saúde Comunitária, uma grande profissional.
O Sr. Alberto kopittke: Exatamente. Então, em nome de toda essa
relação e dos aprendizados que a minha irmã traz... A minha irmã, quando saiu
da faculdade, não acreditava em homeopatia, saindo do paradigma científico
ocidental, ela não acreditava em nada que não fosse cientificamente comprovado,
calculado. E a minha sobrinha, desde que nasceu, tinha febrões, e nenhum
remédio deu conta. Então, ela foi ao meu homeopata, com o qual eu me trato já
há 15 anos, que me curou da asma. Em questão de um mês, a minha sobrinha nunca
mais teve febres. E a minha irmã disse: “Eu não sei explicar ainda; a ciência
ainda não chegou lá, mas, com certeza, esse é o caminho”. Até porque, a
medicina ocidental, é verdade, nos fez viver mais, e que bom, e que não se
negue o conhecimento.
A SRA. JUSSARA CONY: Não, de maneira nenhuma.
O Sr. Alberto kopittke: Mas será que nos fez mais felizes? Com
certeza essa política vem muito nesse sentido. Obrigado.
A SRA. JUSSARA CONY: Só quero finalizar agradecendo o tempo,
Ver. Janta, e os apartes, dizendo que uma política como essa colabora para o
nosso desenvolvimento, mas um outro tipo de desenvolvimento, econômico, social,
humano com justiça social, um reconhecimento desse conhecimento adicional, não
negando o acadêmico, mas fazendo deles conhecimentos complementares para a
dignidade de uma população que tem toda a potencialidade de ser uma população
com saúde. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir o PLL nº 153/11, com Veto Total.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
projeto que estamos analisando, acho que os Vereadores não leram, diz assim:
(Lê.): “Art. 1º Fica estabelecida a disponibilização de terapias naturais na
rede pública, municipalizada do Sistema Único de Saúde. (...) consideram-se
terapias naturais todas as práticas de promoção da saúde de prevenção de
doenças que utilizem, basicamente, recursos naturais.” Todos! Que tenham
comprovação científica ou não. O SUS é obrigado a incluir nos seus tratamentos.
Imaginem, senhoras e senhores, o perigo disso! Todos! O projeto não especifica
nada. Amplia todas as possibilidades. É uma abrangência muito grande. E é uma
grande responsabilidade desta Casa acolher este projeto. Por outro lado, o
projeto também é muito impreciso com relação à questão da habilitação dos
profissionais, porque ele diz assim: Lê.): “...poderão ser exercidas por
profissionais inscritos nos respectivos órgãos de classe existentes no
Município, no Estado ou no País.” Ou seja, todos que vão aplicar alguma terapia
têm que ser inscritos nos conselhos de Medicina. Está aqui escrito: “Exercidas
por profissionais”.
A Sra. Jussara Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Só para lhe dizer que eu também tenho essas preocupações, só que
isso se resolve na regulamentação. Várias profissões têm os seus conselhos. Na
regulamentação de uma articulação nossa com o Executivo.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Então, esses profissionais têm que ter
formação, tem que ter escolas reconhecidas pelo MEC, tem que ser uma entidade
oficial, chancelada por diplomas. Que escolas nós temos disso? Qual é a
formação e a clínica terapêutica com reconhecimento oficial? Oficial! É uma
avaliação muito difícil. Eu reconheço que tem méritos. Claro que tem! A minha
filha só trata as minha netas por homeopatia e com bons resultados. Mais aí chancelar
tudo, nós estamos correndo um risco muito sério. E o próprio Ver. Dr. Thiago
esteve aqui dizendo que o Professor Pedro Gus já ampliou esse assunto lá na
Secretaria, já tem terapias que estão já sendo atendidas pelo SUS. O Centro de
Saúde Modelo já trabalha com vários tipos de terapias; V. Exa. sabe muito bem.
Então,
o seguinte: concordamos com o Veto, inclusive porque não é necessário
estabelecer por lei algo que, dentro dos regramentos legais, já é uma prática
na Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre.
O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Nedel, o Seu Ladislau, que é Presidente do Conselho Distrital
de Saúde do Centro, lá no meu gabinete, agora, e a reclamação fundamental dele
é: “Olha, Doutor, nós estamos com medo de que feche o ambulatório de homeopatia
e acupuntura do Modelo”.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: É possível que isso esteja acontecendo,
mas veja: nós vamos legalizar tudo sem nenhuma especificação. Não está
relacionado...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: ...porque aqui diz muito claramente.
(Lê.): “Art. 2º: As diferentes modalidades de terapias naturais de que trata o
art.1º: somente poderão ser exercidas por profissionais inscritos nos órgãos de
classe”. Vão tirar o trabalho e o emprego de muita gente. Portanto, nós vamos
votar pela aceitação do veto.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Ezequiel está com a palavra
para discutir o PLL nº 153/11, com Veto Total.
O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa-tarde a todos e a todas. Fiz questão
de vir aqui falar sobre o tema porque sou um trabalhador da saúde há cerca de
20 anos, e quero dizer que, no Brasil, temos uma cultura já concretizada na
nossa cabeça e na cabeça de toda a população, que é a cultura medicamentosa. A
gente sabe que, muitas vezes, tem interesses de grandes empresas, da farmácia,
por trás disso. Então nós, do PSOL, queremos deixar a nossa posição de que é
importante, sim, termos políticas para as terapias alternativas, terapias
naturais. São necessárias, sim. Quero fazer referência a uma colega que
trabalha comigo na Vigilância Sanitária, a Dra. Regina Barbieri, que faz um
amplo trabalho de terapias alternativas, e quero dizer que os trabalhadores da
saúde apoiam, sim, essas alternativas, porque é necessário não só o tratamento,
mas é necessária também a prevenção. E a gente sabe que, no Brasil, a prevenção
está muito aquém daquilo que deveria. Portanto, eu e o Ver. Pedro Ruas, do
PSOL, apoiamos, sim, o projeto e apoiamos os trabalhadores das medicinas
naturais e alternativas. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 153/11, com Veto Total.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, trabalhadores e trabalhadoras da
área da saúde. Sr. Presidente...
(Manifestações paralelas no plenário.)
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Eu creio que todos nós devemos participar do debate aqui e eu queria falar para
o Ver. Márcio Bins Ely, por isso estava aguardando... Primeiro, uma questão da
política. Nós entendemos, e tivemos um debate profundo há poucos dias sobre o
Veto de um projeto de autoria da nossa Bancada, que, politicamente, o Governo
resolveu vetar o projeto, inclusive tirou Vereadores do plenário e outras
questões mais. Nós defendemos, aqui, que este Legislativo tem que ter
autonomia, e, quando um projeto é bom para a Cidade, o Legislativo tem que
assumir essa postura e essa posição. Aí não é projeto de situação ou projeto de
oposição, são projetos para a Cidade. Esse projeto de autoria do Ver. Bins Ely
– estamos em campos diferentes na questão política do Município – mas não é por
isso que a Bancada do PT, que tenho o prazer de representar aqui junto com os
colegas Vereadores e Vereadoras, Sofia Cavedon, Alberto, Mauro Pinheiro e
Sgarbossa, que nós não venhamos aqui defender e votar a favor do projeto, pela
derrubada do Veto. Por quê? Porque é isso aqui é uma questão de princípios, e
nós estamos discutindo uma questão de conceito de cidade. Nós sempre defendemos
que a visão holística de mundo faz parte da essência do homem e da humanidade.
Portanto, o homem não é um ser abstrato, isolado no planeta. E lá nas raízes da
formação, lá na Agronomia, quando nós buscamos agricultura ecológica, os
princípios terra sana, corpo sano; corpo
sano, mente sana; ou mente sana,
corpo sano, então, esses são princípios que nós precisamos afirmar todo
dia. Meninas e meninos que estão aqui, que trabalham com esse tema da terapia
natural, isso é uma questão de conceito. Com o avanço da urbanidade, e hoje 85%
das pessoas vivendo no mundo urbano perdem o contato com os elementos
essenciais da natureza, sejam eles, a energia, sejam eles os princípios
vegetais, florais, ou mesmo as relações animais e os campos energéticos que
existem. Portanto, este projeto, que é simples, não trata assim como existem em
Guarulhos ou no Rio de Janeiro, onde são mais aprofundados os projetos
relacionados à terapia natural, institui na rede de Sistema Único de Saúde a
inclusão das terapias naturais. E aqui eu quero dizer, com muito orgulho, que,
no ano de 1989 e 1990, eu tive o prazer de coordenar e implantar em Porto Alegre
as feiras ecológicas, e implantamos no CAD – Centro Agrícola Demonstrativo –, a
maior coletânea de plantas medicinais na época. Para quê? Para ajudar a
difundir essa prática do bom tratamento do solo, aproveitando os recursos
naturais. Assim como há as terapias naturais, temos a arquitetura natural, nós
temos a utilização da energia, nós temos a aeração, nós temos o aproveitamento
das águas, e aí vai. Quero já deixar isso encaminhado, em nome da minha
Bancada, sem vetar a possibilidade de qualquer outro vir fazer o debate, que
votaremos favoravelmente ao projeto, por dois princípios: primeiro, autonomia
deste Poder Legislativo, e o segundo é um conceito de vida, sim, um conceito de
humanidade; nós não podemos ficar dependentes e reféns, simplesmente, das grandes
indústrias e, principalmente, da indústria química farmacêutica. Um grande
abraço. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Solicito a abertura do painel eletrônico
para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) (Após
o fechamento do painel eletrônico.) Dezenove Vereadores presentes. Há quórum.
Em votação nominal o PLL nº 153/11, com Veto
Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 12 votos SIM, 05 votos
NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Total.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1472/12 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/12, de autoria do
Ver. Airto Ferronato, que institui o programa Licitação Sustentável.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 05-03-14 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o
PLL nº 112/12, com Veto Total. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação
nominal o PLL nº 112/12, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 1 voto SIM, 13 votos NÃO e 08 ABSTENÇÕES. Mantido o Veto Total.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3420/13 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 051/13, que
cria 50 (cinquenta) cargos de Agente de Saneamento, código OP-2.15.04, e
extingue 50 (cinquenta) cargos de Operário Especializado, código OB-2.05.02, no
Quadro de Cargos de Provimento Efetivo, do Departamento Municipal de Água e
Esgotos (DMAE), constante do Anexo I da Lei nº 6.203, de 3 de outubro de 1988,
e alterações posteriores, e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 05-03-14 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Professor
Garcia): Em
discussão o PLE nº 051/13, com Veto Parcial. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.) Em
votação nominal o PLE nº 051/13, com Veto Parcial. (Após a apuração nominal.) Três votos SIM, 08 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES. Dezoito votos. Não há
quórum.
O SR. PRESIDENTE (Professor
Garcia – às 17h29min): Encerrada a
Ordem do Dia.
Apregoo o PLL nº 380/13, de autoria do Ver.
Mario Manfro, que concede o Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. José
Francisco Sanchotene Felice.
Apregoo o PLE nº 009/14.
Passamos às
O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Estimados
colegas, venho aqui no período de Comunicações, para comentar, como todos
sabem, o dia 1º de Abril, que é um dia muito importante e muito conhecido de
todos, e que no Brasil, infelizmente, não só é o Dia dos Bobos, mas também
conhecido internacionalmente como o Dia do Golpe Militar de 1964. Golpe este
que, naquela madrugada, quando, por ordem do comando do Exército da Marinha e
da Aeronáutica, o Congresso derrubou o então Presidente João Goulart, que foi
eleito pelo voto – importante sempre lembrar – dois anos e meio antes, para ser
o vice e que subiu ao cargo com a renúncia de Jânio. E Porto Alegre vai ter
quase que uma centena de atividades de descomemoração ao golpe civil militar,
porque é importante que se diga que é verdade, esse golpe teve, sim, o apoio
civil, o apoio de vastas camadas da sociedade e do vasto apoio dos grandes
veículos de comunicação. E, aliás, dez anos antes da posse do próprio JK já
faziam coro com as vozes daquele que era o maior golpista do País, no momento,
o jornalista que se tornou Deputado Federal, o Lacerda, e que denunciava a
todos os governantes como corruptos, ladrões e que o País precisava de uma
intervenção militar.
Aliás, ele, seis meses depois do golpe militar,
teve que se exilar, fugindo dos próprios militares, aos quais passou a temer,
corretamente, pela sua vida.
E Porto Alegre vai ter, então, muitas atividades de descomemoração e de
afirmação do processo democrático, inclusive das forças democráticas dentro das
Forças Armadas, daquelas forças que, efetivamente, defendem o objeto
constitucional das Forças Armadas, que é a defesa da democracia. E eu acho
importante lembrar – porque a democracia, no Brasil, infelizmente, não é regra,
mas exceção – que a nossa República já nasceu fruto de um golpe militar,
liderado pelo Marechal Deodoro; por cinco anos, um golpe militar, uma ditadura
militar. Depois, nós temos, oficialmente, o Estado Novo, de 1937 a 1945; e,
depois de 1964 a 1989 – é um cálculo, eu considero somente 1989 –, com a nova
Constituição. Mas, fora esses três períodos de ditadura oficial, nos períodos
democráticos, o Brasil já passou por 27 períodos de exceção – sejam estados de
sítio, estados de guerra –, sempre exigidos por setores golpistas e que muito
custaram para a cultura da sociedade. Não é à toa que se considera, no Brasil,
até hoje, que a expressão direitos humanos é proibida, que quem defende
direitos humanos defende bandido. Isso tudo é fruto de uma trajetória
autoritária da sociedade brasileira. E, para contribuir com esse debate, eu
elaborei o mapa da ditadura em Porto Alegre (Mostra mapa.), apresentando todos
os lugares de tortura, aqui na nossa Cidade, para que as novas gerações saibam,
Ver. Janta, onde sindicalistas foram torturados, onde jovens estudantes do
grêmio do Julinho e de outros colégios foram submetidos a eletrochoques nos
seus órgãos genitais, Ver. Comassetto; e para que saibam quantos foram isolados
das suas famílias e submetidos a esse tipo de tratamento na cidade de Porto
Alegre, que ainda tem símbolos em homenagem aos torturadores e a essas pessoas
que apoiaram o regime.
No
dia 23, a OAB realizará uma atividade especial, junto com a Comissão da
Verdade, que será o depoimento dos advogados que lutaram contra a ditadura e
pela libertação dos prisioneiros naquele período – quero deixar este convite.
E, também, esta Casa estará realizando importantes debates e atividades, porque
alguns dizem que defenderam a ditadura, mas não os seus excessos. Eu não sei de
quais excessos que estão falando, se os três mil mortos e desaparecidos, ou os
mais de vinte mil torturados, ou as cinquenta bombas colocadas, em 81, nas
bancas de jornal. Mas mesmo aqueles que dizem que defenderam a ditadura, mas
não os seus excessos, por que hoje não são a favor da punição daqueles que
cometeram os excessos em nome do Estado brasileiro? Na verdade, porque o regime
de exceção e o uso da violência de Estado como método que se absorveu até hoje,
na democracia brasileira, caminham juntos, e quem defende o autoritarismo e a
ditadura, defende também a tortura, defende também a violação aos direitos
humanos.
E
para que isso nunca mais aconteça, nós temos que debater muito seja de direita,
seja de esquerda. Ditadura nunca mais!
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. Alberto Kopittke.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.
Vereador Ezequiel, eu venho aqui, Ver. Ezequiel, porque o senhor é funcionário
do Município, mas o senhor está por fora. O Vereador disse que o Secretário
Casartelli tirou a Guarda Municipal, mas sob a Guarda Municipal ele não tem
ingerência, e o senhor sabe, o senhor é funcionário desta Casa! O Secretário
Casartelli, em hipótese alguma, tem poder de manter a Guarda Municipal. É fácil
falar, Ver. Ezequiel. E a gente sabe que o senhor é um sindicalista arrojado,
já participamos de alguns eventos juntos, mas o senhor dizer que o Secretário
Casartelli não tem poder para mandar na Guarda Municipal, não pode; quem manda
na Guarda Municipal é o Secretário. Então, também queria falar com o querido
Vereador Dr. Thiago, mas como ele não está aqui no momento, e não costumo falar
pelas costas, gosto de falar pela frente, não vou falar.
O Sr. João Ezequiel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Só um aparte Vereador, com todo o respeito. O que eu disse hoje, na
tribuna, a respeito da retirada da Guarda, foi a guarda terceirizada. Há dez
dias, diversos postos de Porto Alegre, estão sem guarda nenhum, e nós, do PSOL,
defendemos que a Prefeitura e a Secretaria Municipal da Saúde coloquem, nos
postos de saúde, a Guarda Municipal e não guardas terceirizados. Muitas vezes,
as empresas não pagam esses trabalhadores, e acaba que esses trabalhadores se
ausentam. Então, é um serviço deficiente, e a Guarda Municipal tem mais
qualidade para atender nos postos. Por isso, nós defendemos. Obrigado.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Ezequiel. Mas o senhor,
antes, falou que era a Guarda Municipal, acho que houve um equívoco.
Também,
Srs. Vereadores, eu volto a... O Ver. Kopittke não está por aqui? (Pausa.) Não.
Então, Ver. Janta, eu tenho visto muitas coisas erradas nesta Cidade, Ver.
Paulinho Brum, tenho visto. E os cidadãos de bem, que querem ver o Município
ter uma boa atividade, esses, realmente, torcem pelo bom trabalho do Governo
José Fortunati. Um Governo, Ver. Janta, que não pensa só no governo dele, ele
pensa no bem do cidadão comum, do cidadão das comunidades mais carentes. Eu
quero convidar o Dr. Thiago – ele não está aqui –, quero que ele me leve junto
nessas comissões quando ele for visitar os postos de saúde, quero participar
junto, ativamente, das visitas porque, quando ele foi Presidente desta Casa, em
todas as visitas que ele fez, eu estava sempre junto, Ver. Janta, e o senhor
também estava junto. Então, quero fazer esse pedido ao Ver. Thiago, que me
comunique, que eu estarei junto para olhar os problemas que acontecem.
Eu
tenho circulado muito por esta Cidade e ando muito! E também tenho acompanhado
muito o Prefeito, que é um Prefeito extraordinário, um Prefeito que muita
cidade gostaria de ter, que é o Prefeito dos prefeitos: ele é o presidente dos
Prefeitos do Brasil todo, Ver. Janta, Ver. Paulinho Brum. Claro que é um
Prefeito que tem as suas necessidades, mas isso vem de anos, passaram prefeitos
de vários partidos e nunca fizeram o que está se fazendo nesta Cidade, nunca
fizeram! Eu estou há nove anos aqui, Ver. Janta! E, realmente, não conhecia
muito o trabalho do nosso querido Prefeito Fortunati, só fui conhecer quando
ele foi Secretário de Planejamento e me impressionou pela sua dedicação. Quando
era Secretário, sempre se comportou como secretário, como um cidadão que quer
ver o bem desta Cidade.
Quando
acompanho o Prefeito e o nosso Vice-Prefeito, que é um vice-prefeito que dá
total atenção a esta Câmara de Vereadores, um vice-prefeito que tem a
experiência de ter sido presidente por dois mandatos nesta Casa... Aí o
Vice-Prefeito, Sebastião Melo, juntamente com o Prefeito Fortunati – e a gente
tem andado, claro, a gente anda muito nesta Cidade, Ver. Ezequiel, não é tudo
isso que vocês falam. Claro que V. Exa. é da oposição, sempre jogou contra.
Tudo que o Prefeito da Cidade fizer, não vai fazer bem para o senhor, o senhor
sabe! Eu já andei junto com o senhor, aliás, até no Grupo Hospitalar Conceição,
com o meu aparelho de som lá com eles. Mas eu sei como V. Exa. atua, e não vou
discordar do seu trabalho. Eu acho que é um direito da oposição fazer isso, e
gosto muito do trabalho do Ver. Pedro Ruas e da Ver.ª Fernanda. Mas também
tenho que discordar do senhor e faço um convite ao Ver. Dr. Thiago, ao Ver.
Clàudio Janta, ao Ver. Ezequiel para irmos junto com o Prefeito à comunidade
para o senhor ver. Gostaria de convidar porque não é uma visita isolada, são
várias visitas, várias regiões, e gostaria de convocar V. Exas. para participar
e ver o que acontece nas visitas do Prefeito nesta Cidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
em Comunicações.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras; eu venho falar aqui em nome do meu Partido, o Solidariedade. Eu
recebi de várias entidades filiadas à Força Sindical, entre elas o Sindicato
dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, o Sindicato dos Trabalhadores em
Creches e Assistentes Sociais, o Sindicato dos Taxistas, os trabalhadores em
edifícios, os rodoviários de Porto Alegre, os eletricistas, os guardadores de
automóveis, os trabalhadores em turismo e fretamento do Rio Grande do Sul, a
Federação dos Comerciários, a Federação dos Metalúrgicos, a Federação dos
Vigilantes, a Federação dos Químicos, um documento que, na verdade, nós
entregamos ao Sr. Prefeito, José Fortunati, e ao Secretário da EPTC,
Cappellari, que nós esperávamos discutir nas audiências públicas. Levamos esse
documento junto com os nossos Delegados do Orçamento Participativo e discutimos
com as categorias. Esperávamos discutir nas audiências pública sobre a nova
licitação do transporte, o que não ocorreu em Porto Alegre, onde há pessoas que
visam a manter esse monopólio, no nosso entendimento, pessoas que se furtam a
discutir com a sociedade de Porto Alegre e que acham que o transporte coletivo
da nossa Cidade está bom. Nós achamos que não, por isso achamos que é
necessário discutir novas e mais linhas para a cidade de Porto Alegre. Também
achamos que a licitação tem que ser por linhas e por menor preço. Também
achamos que tem que fazer uma revisão, já falei isso várias vezes na tribuna.
Tem um projeto meu nesta Casa que é sobre as isenções das tarifas, nós achamos
que tem que ser pelo critério de renda familiar. Nós não podemos simplesmente
dar isenção para todas as pessoas sem discutir a renda das pessoas.
A
questão de linhas, como o Lami, a Restinga, o Belém Novo, como o Parque dos
Maias, a Nova Gleba, nós achamos que deveriam disponibilizar – já tem um
projeto aprovado nesta Casa, do Ver. Paulinho Motorista – ônibus diretos
equipados com banheiro. Esses ônibus desses locais, que as pessoas levam uma
hora e meia para chegar ao Centro de Porto Alegre, na compensação das empresas,
na licitação, também teriam que ter banheiro. Nós achamos que não pode mais, em
pleno século XXI, não termos ar-condicionado nos ônibus. Achamos que é
necessário ter uma agência reguladora de serviços, já apresentamos um projeto
aqui nesta Casa e, principalmente, que se faça essa licitação, mas sempre
pensando na composição que nós vamos ter no futuro, que são os BRTs, o
Trensurb, o aeromóvel, o catamarã, os lotações e o transporte da Região
Metropolitana. Nós não podemos ter as nossas avenidas – Bento Gonçalves,
Protásio Alves, Assis Brasil, Farrapos, Presidente Castelo Branco – totalmente
trancadas em função de centenas de ônibus, Ver. João Carlos Nedel, da Região
Metropolitana que adentram em Porto Alegre, podendo ter um terminal e nós
usarmos a integração de fato dos transportes e, principalmente, o controle
público na emissão de bilhetes, especialmente o Tri. Nós queríamos discutir
esses pontos de vista, essas propostas, mas não foi possível e nós apresentamos
esse documento ao Prefeito de Porto Alegre e ao Secretário da EPTC.
Com força e fé nós vamos melhorar a vida dos
trabalhadores de Porto Alegre e de suas famílias.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Guilherme Socias
Villela.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Presidente Mauro Pinheiro, Vereadores e
Vereadoras, o Ver. Alberto Kopittke esteve aqui falando da Revolução de 1964,
querendo punir os excessos que realmente aconteceram na Revolução, só que o
Vereador esqueceu de alguns detalhes muito importantes, como a Lei da Anistia.
A anistia é ampla, geral e irrestrita. E ele esqueceu de algumas coisas, porque
se não fosse a anistia, o País seria muito diferente. E eu vou dizer alguma
coisa que talvez não tivesse acontecido: o Brizola foi anistiado, chegou a
Governador, duas vezes, do Rio de Janeiro; o Governador Tarso também foi
anistiado, e não seria Prefeito, duas vezes, de Porto Alegre e também
Governador do nosso Estado; o Genuíno e o José Dirceu não seriam Deputados
Federais; o Serra também não seria Deputado Federal; o Fernando Henrique não
seria Presidente, porque também é anistiado; o Deputado Carrion, que foi
Vereador, também não teria sido Vereador, nem Deputado, porque estaria exilado;
e, agora, a Presidente Dilma também não seria Presidente, porque também é
anistiada; o Presidente Lula também é anistiado. O País estaria economizando
muito se não pagasse os milhões e milhões de indenizações aos chamados
perseguidos políticos. Então, é muito bom que vejamos os dois lados da coisa.
Eu
queria aqui – nós estamos em Porto Alegre, meu assunto é Porto Alegre –, e eu
quero o presente, eu não quero o passado. Nós temos tantos problemas pela
frente e estamos aqui falando do passado.
A
Ver.ª Sofia veio aqui dizendo que o Governo Federal não está repassando os R$
400 milhões de um financiamento assinado, no dia 14 de janeiro, com a Caixa
Econômica Federal, valor que aceleraria as nossas obras. Pois eu devo lhe dizer
algumas coisas: em 2009, foi feito um programa com o Governo Federal, que
venceu em 2010; em 2011, foi feita a prestação de contas. No dia 20 de
fevereiro de 2014, três anos depois, vem uma rejeição parcial – três anos e
meio depois uma rejeição parcial! Foi comunicado no dia 21, e, nesse mesmo dia,
a Prefeitura mandou um ofício pedindo alguns dias de prazo para juntar a
documentação. Recebido o ofício dia 21 ou 22, dia 24 o Ministério já decretou
uma tomada de contas especial, jogando a Prefeitura no chamado SPC. Aí trancou
tudo, Ver. Ezequiel! Trancou tudo! Agora, no início de março, a Prefeitura
juntou todos os documentos, enviou para lá – hoje é dia 17 de março –, e até
agora não foi liberado. Espera-se – há pouco me disse a Prefeitura – que amanhã
tem chance de ser liberado, finalmente. E aí as obras vão ser aceleradas em
março, quando Porto Alegre voltou ao normal, quando o trânsito é uma
dificuldade. Eu lamento que isso ocorra no século XXI, ainda com esses
problemas! Porto Alegre não tem sido beneficiada pelo Governo Federal.
Obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Derly está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0032/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/14, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
assegura aos negros a reserva de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas em
concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos nos
órgãos da Administração Direta e nas entidades da Administração Indireta do
Município de Porto Alegre e revoga a Lei Complementar nº 494, de 10 de setembro
de 2003. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 2504/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/13, de autoria do Ver. Engº Comassetto e outros, que inclui §
1º-A no art. 69 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, estabelecendo
precedência na composição de comissão parlamentar de inquérito aos signatários
do requerimento de sua constituição.
PROC.
Nº 0238/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 013/14, de autoria da Verª Séfora Mota, que
assegura às crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade –
TDAH – a reserva de assentos da primeira fila, em salas de aula de escolas
públicas e de escolas privadas no Município de Porto Alegre.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 3463/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 387/13, de autoria da Verª Luiza Neves, que
obriga clínicas geriátricas, casas de repouso e outras instituições privadas
destinadas ao atendimento de idosos a instalarem, em suas dependências
internas, sistema de monitoramento com câmeras de vídeo que possibilitem o
acompanhamento de idosos em tempo real pela internet e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não há nenhum Vereador inscrito para
discutir a Pauta.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h57min.)
* * * * *